Prazeres culpados
Para lidar com o distanciamento físico imposto pela pandemia do coronavírus, pesquisadores da Universidade de Buffalo (EUA) estão sugerindo que as pessoas usem estratégias sociais não tradicionais.
E essas estratégias podem incluir os chamados "prazeres culposos" - ou prazeres culpados -, que podem ser tão eficazes para satisfazer as necessidades sociais críticas quanto as conexões familiares, os relacionamentos românticos ou sistemas de apoio social.
Esse tipo de prazer tipicamente associado à culpa é uma espécie de prazer secreto, algo que a pessoa gosta de fazer mas se assusta só de pensar em que os outros possam descobrir. Exemplos vão desde gostar de filmes de baixa qualidade e músicas tidas como brega até fazer comidas não saudáveis - enfim, gostar de coisas que não são consideradas como "edificantes".
"Não acho que as pessoas se deem conta de que essas conexões não tradicionais sejam tão benéficas quanto vimos em nossa pesquisa," disse a professora Shira Gabriel. "Não se sinta culpado, porque descobrimos que essas estratégias são boas, desde que funcionem para você."
Estratégias de bem-estar
O trabalho da equipe se concentrou em encontrar estratégias de bem-estar que produzam resultados positivos para a pessoa, independentemente de se tratar de algo aceito socialmente ou não.
"As pessoas podem se sentir conectadas por todos os tipos de meios. Descobrimos que estratégias mais tradicionais, como passar um tempo com um amigo em pessoa, não necessariamente funcionam melhor para as pessoas do que estratégias não tradicionais, como ouvir um músico favorito.
"De fato, o uso de uma combinação desses dois tipos de estratégias previu os melhores resultados, por isso pode ser especialmente útil ter uma variedade de coisas que você faz em sua vida para ajudá-lo a se sentir conectado aos outros," disse a pesquisadora Elaine Paravati.
Estratégias sociais não tradicionais
A equipe estuda há mais de uma década a importância de estratégias sociais não tradicionais. Isso inclui tudo, desde perder-se nas páginas de ficções baratas e prazeres mais íntimos, até preparar e apreciar comidas que confortam. Eles também já produziram volumes de pesquisa sobre a importância das estratégias sociais tradicionais, como relacionamentos interpessoais ou participação em grupos.
Agora, eles combinaram empiricamente o tradicional e o não tradicional para fins comparativos, para testar simultaneamente sua eficácia relativa.
Os resultados reforçam a utilidade de estratégias sociais não tradicionais e também sugerem que fazer algo como assistir compulsivamente a um drama de televisão pode ser tão útil quanto outros meios tradicionais de buscar satisfação.
"Há uma necessidade básica de conexões sociais, assim como temos uma necessidade básica de comida," disse Shira. "Quanto mais tempo você fica sem esse tipo de conexão, menor é o tanque de combustível, e é aí que as pessoas começam a ficar ansiosas, nervosas ou deprimidas, porque carecem dos recursos que lhe faltaram. O importante não é como você está enchendo o tanque de combustível social, mas que seu tanque de combustível social está ficando cheio."
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