Função cognitiva e envelhecimento
Milhões de idosos experimentam declínio cognitivo. No entanto, apenas cerca de 41% desse declínio pode ser estatisticamente atribuído à demência - declínio anormal causado por condições como a doença de Alzheimer, doença cerebrovascular e doença do corpo de Lewy.
As pesquisas já identificaram muitos outros fatores que também podem contribuir para o declínio cognitivo, desde a genética até a nutrição no início da vida, mas os impactos relativos desses fatores ainda não estão claros.
Para tentar melhorar esse conhecimento, Hui Zheng e colegas da Universidade do Estado de Ohio (EUA) analisaram dados de 7.068 pessoas durante 20 anos (1996-2016), incluindo dados extensos sobre fatores pessoais que podem contribuir para o declínio cognitivo, como fatores socioeconômicos, medidas de saúde física e comportamentos, incluindo exercícios e tabagismo.
No conjunto, os muitos fatores considerados no estudo representaram estatisticamente 38% da variação no nível de função cognitiva entre os participantes por volta dos 50 anos de idade.
Entre esses fatores, educação pessoal, raça, riqueza e renda familiar, ocupação, nível de depressão e educação dos pais tiveram individualmente o maior impacto estatístico para essa variação, com as condições iniciais da vida e os comportamentos e doenças na fase adulta da vida contribuindo menos.
No entanto, talvez não seja válido nem mesmo usar o termo "impacto estatístico": Todos os fatores considerados representaram apenas 5,6% da variação em como a função cognitiva dos participantes mudou com a idade.
77% não explicados
Ao contrário de muitos estudos anteriores, este também separou o declínio cognitivo relacionado à idade do declínio cognitivo não relacionado ao envelhecimento.
A idade foi responsável por 23% da variação em como a função cognitiva mudou dos 54 aos 85 anos, mas os 77% restantes não puderam ser contabilizados estatisticamente pelos muitos fatores considerados.
A conclusão geral é que a lista de fatores que os cientistas e médicos acreditam contribuir para o declínio cognitivo não associado a demências não tem o peso explicativo que se acreditava, sendo necessário melhorar as pesquisas para tentar identificar os fatores que realmente têm peso nesse declínio.
"Devemos ter uma visão de longo prazo, com atenção ao momento e à natureza das experiências de vida, se quisermos obter insights fundamentais que possam informar os cuidados e o tratamento,” disse a Dra Kathleen Cagney, membro da equipe.
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