11/03/2015

Placebo psicológico gera efeito de nicotina no cérebro

Redação do Diário da Saúde

Além do placebo

O efeito placebo é bem conhecido e documentado, mas parece que esse mecanismo pode ser muito mais forte do que se acreditava.

O novo fenômeno - uma espécie de placebo psicológico - foi documentado quando Read Montague e seus colegas da Universidade da Virgínia (EUA) pediram que grupos de voluntários experimentassem dois cigarros que, sem que os voluntários soubessem, eram idênticos - eles não tinham nicotina.

Os participantes inalaram os dois cigarros, mas a atividade cerebral do grupo que foi levado a pensar que o cigarro tinha nicotina foi significativamente diferente.

"Nosso grupo de pesquisa começou a mostrar que as crenças são uma influência física tão poderosa sobre o cérebro quanto as drogas neuroativas," disse Montague.

Enganando a fisiologia do cérebro

A nicotina tem efeitos em todo o cérebro, especialmente nas chamadas "rotas de recompensa". Uma vez que o cérebro tenha aprendido a correlação entre a substância e a sensação, o ciclo de dependência química torna-se difícil de quebrar.

Usando exames de ressonância magnética funcional, os pesquisadores conseguiram ver os sinais neurais gerados com base apenas na crença dos voluntários de que estavam ingerindo a substância - as rotas neurais foram ativadas como se eles estivessem realmente inalando a nicotina.

A equipe também constatou que os voluntários que acreditavam ter fumado nicotina apresentaram uma atividade significativamente maior em suas rotas de recompensa. Aqueles que acreditavam - com razão - estar fumando um cigarro sem nicotina, não apresentaram os mesmos sinais.

"Foi apenas a crença que modulou sozinha a atividade no percurso de aprendizagem," disse Montague. "Isso vai além do efeito placebo."

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