16/09/2020

Peso indica risco de diabetes mais do que a genética

Redação do Diário da Saúde
Peso indica risco de diabetes mais do que a genética
Também no caso do diabetes, tratamento exagerado faz mal.
[Imagem: Mayo Clinic/Divulgação]

IMC e diabetes

A obesidade é a principal causa modificável do diabetes tipo 2, embora a composição genética também possa ajudar a identificar indivíduos com maior probabilidade de desenvolver a doença.

Embora os efeitos da genética sobre o diabetes ainda sejam pouco compreendidos, você não pode mudar sua genética - mas perder peso pode prevenir ou até mesmo reverter a condição.

"Como nascemos com nossos genes, pode ser possível identificar no início da vida quem tem uma grande chance de desenvolver diabetes durante a vida," pondera o professor Brian Ference, da Universidade de Cambridge (Reino Unido). "Conduzimos este estudo para descobrir se a combinação do risco hereditário com o índice de massa corporal (IMC) atual poderia identificar as pessoas com maior risco de desenvolver diabetes. Os esforços de prevenção poderiam então se concentrar nesses indivíduos."

O estudo incluiu 445.765 participantes, com média de idade de 57,2 anos, sendo 54% mulheres. O risco herdado de diabetes foi avaliado usando 6,9 milhões de genes. Altura e peso foram medidos no momento da inscrição no estudo, permitindo calcular o IMC em kg/m2. Os participantes foram divididos em cinco grupos de acordo com o risco genético de diabetes. Eles também foram divididos em cinco grupos de acordo com o IMC.

Os voluntários foram acompanhados até a idade média de 65,2 anos. Durante esse período, 31.298 desenvolveram diabetes tipo 2.

IMC vence a genética

Os dados mostraram que as pessoas no grupo de IMC mais alto (média de 34,5 kg/m2) tiveram um risco 11 vezes maior de desenvolver diabetes do que os participantes no grupo de IMC mais baixo (média de 21,7 kg/m2). O grupo com maior IMC teve maior probabilidade de desenvolver diabetes do que todos os outros grupos, independentemente do risco genético.

"Os resultados indicam que o IMC é um fator de risco muito mais poderoso para o diabetes do que a predisposição genética," resume o professor Ference.

Mas a equipe também descobriu que a duração do IMC elevado - há quanto tempo a pessoa tem o IMC alto - não teve impacto no risco de diabetes.

"Isso sugere que, quando as pessoas ultrapassam um certo limite de IMC, suas chances de diabetes aumentam e permanecem no mesmo nível de alto risco, independentemente de quanto tempo estão acima do peso," disse o professor Ference.

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