Kumon versus Montessori
Há pais que preferem adotar para seus filhos um programa de educação suplementar mais orientado para a conformidade e a disciplina; e há outros pais que preferem linhas educativas mais voltadas para a independência de seus filhos.
E parece que essa escolha tem uma forte correlação com a ideologia política desses pais.
"Os pais conservadores têm uma necessidade maior de estrutura, o que direciona sua preferência por programas orientados para a conformidade," explicou o pesquisador Vikas Mittal, da Universidade Rice (EUA). "Muitos pais ficam surpresos ao saber que sua identidade política pode afetar as escolhas educacionais que fazem para seus filhos."
Por mais de cinco décadas, os psicólogos da educação têm utilizado duas orientações pedagógicas básicas: A orientação para a conformidade (seguir regras, padrões e tradições, valorizar a hierarquia etc) e a orientação para a independência e a criatividade.
Uma orientação de conformidade muito conhecida é o Kumon, mais padronizado e orientado, enfatizando a entrega de conteúdo baseado em aulas teóricas, conhecimento e memorização, o uso frequente de tarefas de casa, exames padronizados com avaliação relativa e disciplina e regras de presença em sala de aula.
Por outro lado, a orientação de independência mais conhecida é a Montessori, que apresenta seminários baseados em debates e apresentações conduzidas pelos alunos, uma ênfase em ideias em vez de em fatos, o uso de interação multimodal em vez de livros, e rotinas de aula altamente variáveis e não estruturadas.
As duas abordagens não diferem em termos de tópicos cobertos no currículo ou das qualidades específicas a serem transmitidas aos alunos.
E foi nesse comparativo - Kumon versus Montessori - que os pesquisadores se debruçaram: Por que alguns pais escolhem uma abordagem e outros escolhem a outra?
Educação suplementar
Os pesquisadores perguntaram aos pais sobre suas preferências por diferentes programas enquadrados como orientados para conformidade ou para independência.
Em cinco experimentos, com mais de 8.500 pais, os pais conservadores preferiram programas de educação que foram enquadrados como orientados para a conformidade, enquanto os pais progressistas preferiram programas de educação orientados para a independência.
Essa preferência diferencial apareceu mesmo com diferentes medidas de identidade política dos pais: Sua filiação partidária, inclinação política autorrelatada e se eles assistiam os canais de notícias Fox (considerado conservador nos EUA) ou CNN/MSNBC (considerado progressista nos EUA) para obter notícias.
"Compreendendo as motivações subjacentes às preferências dos pais, o apelo dos programas educacionais aos pais pode ser substancialmente melhorado," disse Mittal. "Aulas particulares complementares serão uma grande despesa e investimento para os pais que se voltarão para o desempenho acadêmico de seus filhos na era pós-pandemia. Conversas informais mostram os pais se preparando para complementar a educação escolar com aulas particulares. Apesar disso, existem poucas pesquisas sobre os fatores que afetam a preferência dos pais e a utilização de educação suplementar."
O pesquisador adverte que esses resultados não falam sobre o desempenho final do aluno. "Este estudo fala apenas das preferências dos pais, mas não analisou o desempenho final do aluno," alertou ele.
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