22/05/2018

OMS quer eliminar gorduras trans industrializadas dos alimentos

Redação do Diário da Saúde
OMS quer eliminar gorduras trans industrializadas dos alimentos
Conheça seis alimentos com gordura trans que você pode evitar desde já.
[Imagem: Wikimedia/Stan Dalone]

Gorduras trans industriais

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou um projeto para eliminar do suprimento global de alimentos os ácidos graxos trans produzidos industrialmente.

A eliminação das gorduras trans é fundamental para proteger a saúde e salvar vidas, segundo a OMS, que estima que a ingestão de gordura trans leva a mais de 500 mil mortes anuais, envolvendo pessoas com doenças cardiovasculares.

As gorduras trans produzidas industrialmente estão contidas em gorduras vegetais hidrogenadas, como a margarina, e estão frequentemente presentes em salgadinhos, alimentos assados e frituras. Os fabricantes costumam usá-las porque elas têm uma vida útil mais longa do que outras gorduras. No entanto, alternativas mais saudáveis podem ser usadas, não afetando o sabor ou o custo dos alimentos.

O projeto, chamado REPLACE (substituir, em inglês), foi lançado na forma de um guia passo-a-passo para que as autoridades de saúde nacionais possam traçar objetivos concretos rumo ao objetivo.

"A OMS pede aos governos que usem o pacote de ação REPLACE para eliminar os ácidos graxos trans produzidos industrialmente do suprimento de alimentos," disse o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. "A implementação das seis ações estratégicas do REPLACE ajudará a alcançar a eliminação da gordura trans e representará uma importante vitória na luta global contra as doenças cardiovasculares."

Substituição das gorduras trans

O pacote de ações lista seis ações estratégicas para assegurar a eliminação rápida, completa e definitiva das gorduras trans produzidas industrialmente:

  • Revisar fontes alimentares com gordura trans produzidos industrialmente e o panorama para as mudanças políticas necessárias.
  • Promover a substituição de gorduras trans produzidas industrialmente por gorduras e óleos mais saudáveis.
  • Legislar ou promulgar ações regulatórias para eliminar gorduras trans produzidas industrialmente.
  • Avaliar e monitorar o teor de gorduras trans no suprimento de alimentos e mudanças no consumo de gordura trans entre a população.
  • Conscientizar sobre o impacto negativo na saúde das gorduras trans entre formuladores de políticas, produtores, fornecedores e o público.
  • Estimular a conformidade de políticas e regulamentos.

Vários países mais ricos já praticamente eliminaram as gorduras trans produzidas industrialmente por meio de limites legais sobre a quantidade que pode estar contida nos alimentos embalados. Alguns governos implementaram proibições de óleos parcialmente hidrogenados, a principal fonte de gorduras trans produzidas industrialmente.

"Em países de baixa e média renda, onde o controle do uso de gorduras trans produzidas industrialmente é frequentemente mais fraco, são necessárias ações para garantir que os benefícios sejam vividos igualmente em todo o mundo," disse a OMS.

Gorduras trans

Existem duas fontes principais de gorduras trans: fontes naturais (nos produtos lácteos e carne de ruminantes, como vacas e ovelhas) e fontes produzidas industrialmente (óleos parcialmente hidrogenados). Não há indícios de que as gorduras trans naturais façam mal à saúde.

Os óleos parcialmente hidrogenados foram inicialmente introduzidos no suprimento de alimentos no início do século XX como um substituto da manteiga e se tornaram mais populares nos anos 50 e 70, com a descoberta dos impactos negativos na saúde dos ácidos graxos saturados. Óleos parcialmente hidrogenados são usados principalmente para frituras e como ingrediente em produtos assados; eles podem ser substituídos em ambos os casos.

A OMS recomenda que o consumo total de gordura trans seja limitado a menos de 1% do consumo total de energia, o que se traduz em menos de 2,2 g/dia em uma dieta de 2.000 calorias. Dietas ricas em gorduras trans aumentam o risco de doença cardíaca em 21% e de morte em 28%.

As gorduras trans aumentam os níveis de colesterol LDL, um biomarcador bem aceito para o risco de doenças cardiovasculares, e diminui os níveis de colesterol HDL, que levam o colesterol das artérias e o transportam para o fígado, que o secreta para a bile.

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