Obesidade na juventude
A obesidade e as complicações para a saúde relacionadas ao ganho de peso apresentam alta prevalência entre os brasileiros.
As constatações são as mais preocupantes apontadas pela maior pesquisa epidemiológica da América Latina, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), período 2012-2014. O estudo, que teve início em 2008, se prepara para começar em março uma nova etapa de exames, cujos dados servirão de base para o trabalho em 2017/2018.
A obesidade está diretamente ligada a doenças crônicas como diabete, hipertensão, arteriosclerose e colesterol alto, patologias responsáveis pelos maiores índices de mortalidade e morbidade do Brasil.
Segundo o coordenador da pesquisa, professor Paulo Lotufo, os que mais ganharam peso foram os mais jovens. Na média, os que tinham menos de 55 anos engordaram um quilograma durante o período em que foram avaliados. A cada três participantes, dois estavam acima do peso (com sobrepeso ou obesos); 20% eram diabéticos; um terço tinha pressão alta; e 58% apresentavam colesterol elevado. A obesidade já tinha sido verificada nas etapas anteriores da pesquisa.
Localização da gordura
Na próxima leva de exames, serão avaliados com mais profundidade dois determinantes do peso corpóreo: dieta e atividade física. Além da repetição de entrevistas e exames realizados nas etapas anteriores, serão feitos dois novos exames: um com actígrafo, um aparelho instalado na cintura para mensurar o sono e o movimento durante a semana e outro para indicar os níveis de cálcio, marcador de aterosclerose - medidor de gordura nas paredes das artérias.
Para o pesquisador, a saúde não depende somente do quanto a pessoa acumula de gordura no organismo, mas de onde a gordura fica depositada no corpo, por exemplo no pescoço, ao redor do coração, no fígado ou na parede abdominal. "Alguns estudos já vêm demonstrando que a deposição de gordura no abdome é menos prejudicial à saúde do que quando ela permanece em outras regiões," explicou Lotufo.
Elsa Brasil
O Elsa Brasil é um estudo feito com cerca de 15 mil voluntários, entre 35 e 74 anos, de seis universidades localizadas em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro e Vitória.
Os voluntários fazem exames e entrevistas em que são avaliados novos casos e a progressão das doenças crônicas não transmissíveis, especialmente diabete e doenças cardiovasculares e seus fatores de risco em uma ampla gama de exposições, como riscos biológicos, comportamentais, ambientais, ocupacionais, psicológicos, sociais e outros.
Os materiais coletados (amostras de soro, plasma, urina e DNA) de todos os participantes estão sendo guardados na Bioteca da USP, um banco de materiais biológicos que, no futuro, poderá ser acessado para pesquisas e acompanhamento da evolução das doenças crônicas.
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