Relatividade da natureza
Pense, por um momento, sobre a última vez que você esteve em contato com a natureza. Você estava em um parque da cidade? Em um acampamento? Na praia? Nas montanhas?
Agora considere isto: Que lugar teria sido descrito por seus pais se a mesma pergunta tivesse sido feita a eles? E seus avós?
Afinal, na maioria dos casos, os parques, praias e acampamentos de hoje são cercados por mais desenvolvimento do que poucas décadas atrás. Ainda assim, para você, todos soam como estar na natureza.
"Tem havido uma mudança no patamar do que consideramos o meio ambiente e, à medida que essa linha de base se torna empobrecida, nós nem a percebemos. Se tentarmos ensinar às pessoas a importância da natureza, isso não vai funcionar. Elas precisam interagir com ela," analisa o professor Peter Kahn, da Universidade de Washington (EUA).
Kahn e sua colega Thea Weiss chamam esse fenômeno de "amnésia ambiental geracional" - a ideia de que cada geração percebe o ambiente em que nasceu, independentemente do quão desenvolvido, urbanizado ou poluído seja ele, como a norma. E o que cada geração pensa como "natureza" é relativo, tendo como base o ambiente ao qual as pessoas dessa geração foram expostas.
"Com cada geração subsequente, a quantidade de degradação ambiental aumenta, mas cada geração tende a perceber essa condição degradada como a condição não degradada, como a experiência normal," escreveram eles em seu artigo, publicado na revista científica Children, Youth and Environments.
Linguagem da natureza
Se tudo é uma questão da situação à qual as pessoas são expostas, interações mais frequentes e significativas com a natureza podem aprimorar nossa conexão - e nossa definição - do mundo natural, prossegue a dupla.
Uma solução é proporcionar oportunidades - para crianças e adultos - para encontros com a "grande natureza". Por "grande", eles querem dizer silvestre no sentido mais tradicional: florestas, rios selvagens ou lugares onde vivam espécies de animais não domesticadas.
Mas "grande natureza", admitem eles, também é relativo: para uma criança em uma cidade, tocar em uma fonte é uma experiência com um elemento natural. Kahn e Thea dizem que tentam ser realistas sobre como e onde as pessoas vivem; e interagir com a natureza pode significar o acesso ao que está disponível, mesmo que aspirando a estar em lugares não facilmente acessíveis - por falta de recursos para viajar, por exemplo.
Interações significativas com a natureza não só podem ensinar, mas também ajudar as pessoas a rejuvenescer, refletir e reconhecer a importância do ambiente intocado pelo homem. Contudo, se uma pista de bicicleta, um parque ou uma trilha forem a natureza mais próxima de você, então você deve aproveitar isso.
E, para começar a reverter a amnésia geracional ambiental, a dupla recomenda desenvolver uma "linguagem da natureza" - entrar em contato com o ambiente, de maneiras grandes e pequenas, que resultem em sentimentos positivos.
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