Foi identificada no Brasil uma superbactéria resistente aos antibióticos que até agora era desconhecida.
A principal preocupação é que, com um genoma menor, a bactéria consegue se reproduzir mais facilmente, e poderia infectar pessoas saudáveis.
Normalmente as chamadas superbactérias só ocorrem em hospitais, afetando pacientes debilitados.
A nova bactéria é membro de uma classe conhecida como SARM, sigla de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (ou MRSA, na sigla em inglês).
Ela foi identificada no sangue de um paciente internado no Hospital das Clínicas de São Paulo. Embora a bactéria tenha cedido com o uso de um antibiótico de alta potência, chamado bactemicina, o paciente morreu dias depois em decorrência de uma pneumonia.
Bactéria resistente à vancomicina
A nova superbactéria adquiriu altos níveis de resistência à vancomicina, o antibiótico mais comum e menos caro usado para tratar infecções graves por SARM em todo o mundo.
O mais preocupante é que as análises genômicas indicam que esta bactéria resistente à vancomicina pertence a uma linhagem genética que é comumente encontrada fora dos hospitais.
Pesquisas anteriores já haviam sugerido que as SARMs associadas à comunidade - infectando pessoas fora dos hospitais - podem se disseminar rapidamente entre as pessoas, sendo responsáveis pela maioria das infecções da pele e ferimentos em pacientes de todas as idades.
Contudo, no único caso registrado até agora, o paciente internado no HC tinha uma espécie de câncer de pele, chamado micose fungóide, tinha diabetes e era dependente químico.
Somente quando forem descobertos casos de infecções na comunidade será possível avaliar como a superbactéria se comporta em pacientes saudáveis e como o sistema imunológico destas pessoas irá reagir à infecção.
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