Exame assistindo TV
Há cerca de um mês, um estudo britânico mostrou que um exame ocular simples pode revelar indícios da doença de Alzheimer.
Agora, uma equipe da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), descobriu que o estudo do movimento dos olhos pode indicar uma gama muito maior de doenças neurológicas.
Além de Alzheimer, o estudo mostrou que o exame ocular é capaz de detectar Síndrome Alcoólica Fetal (ou Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal) e hiperatividade (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH, ou ADHD na sigla em inglês).
Segundo Po-He Tseng e Laurent Itti, todos esses problemas neurológicos envolvem disfunções do controle ocular e de atenção que podem ser facilmente identificados analisando como os pacientes movem seus olhos enquanto assistem TV.
Avaliação neurológica
Os exames típicos para detectar essas disfunções neurológicas envolvem avaliações clínicas, tarefas comportamentais e neuroimagens.
Isso torna o diagnóstico caro, demorado, e ainda com os resultados influenciados pela capacidade do paciente em entender e atender às instruções.
Mas tudo pode ser feito mais facilmente, e com um resultado mais preciso, rastreando o movimento dos olhos do paciente enquanto ele assiste TV durante 20 minutos.
"A atenção e o movimento dos olhos, tal como uma gota de saliva, contêm uma assinatura biométrica do estado das funções ou disfunções cerebrais de um indivíduo," diz o artigo, publicado no Journal of Neurology.
Diagnóstico computadorizado
Os dados do rastreamento dos olhos são combinados com dados do movimento ocular médio de indivíduos normais e de um modelo computacional de atenção visual, gerando 224 mensurações quantitativas.
Um programa de computador analisa tudo e identifica características cruciais que diferenciam os portadores de cada uma das condições neurológicas.
Apenas rastreando o movimento dos olhos, a nova técnica conseguiu identificar portadores da doença de Alzheimer com 89,6% de precisão.
Crianças com síndrome de déficit de atenção e hiperatividade foram identificadas com 77,3% de precisão.
"Pela primeira vez, nós podemos realmente decodificar o estado neurológico de uma pessoa a partir de seu comportamento normal, sem a necessidade de submetê-la a exames difíceis e demorados," concluiu o Dr. Itti.
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