31/07/2008

Motivação é essencial para que a pessoa sinta-se sadia

Marilyn Smulders

Decisões de Ano Novo

Veja se algum desses cenários lhe é familiar:

Você se dá de presente de Natal aquela esteira, bicicleta ergométrica ou aparelho de exercícios, mas, lá por Abril, a máquina já foi colocada num canto por falta de uso;

Você se inscreve em um programa de perda de peso que promete fazer seus quilinhos a mais irem embora sem que você tenha que deixar de comer aquelas comidas de que você tanto gosta. A coisa funciona por um tempo, até você descobrir que nunca pesou tanto.

Você decide parar de fumar, mas deixa para a próxima semana, quando você poderá não estar se sentido tão estressado.

Boas intenções e péssimas práticas

O especialista em motivação Michael Vallis afirma que a maioria das pessoas se enquadra em um padrão comum: Elas começam com as melhores intenções e fazem a coisa certa por um tempo - mas então elas retornam aos velhos hábitos. É a armadilha clássica da saúde: dois passos para a frente, três passos para trás.

E este é o problema. As pessoas acabam se sentindo mal em relação a si mesmas. Pior ainda, a dança dois-passos-para-frente-três-passos-para-trás acaba aumentando os problemas de saúde que as mudanças comportamentais deveriam justamente resolver.

Identificando motivações importantes e pessoais

Mas as pessoas preocupadas com sua saúde podem não apenas criar um novo comportamento, mas mantê-lo, se elas forem honestas e realísticas acerca de suas motivações, diz o Dr. Vallis, psicólogo da saúde na Universidade Dalhousie, nos Canadá. Sua principal área de especialização é na psicologia da saúde, com ênfase nos tratamentos de diabetes, gastroenterologia, riscos cardiovasculares e obesidade.

"As pessoas precisam realmente identificar motivações pessoais mais significativas," diz ele. E ele dá algumas questões para cada um perguntar a si mesmo: "Você pensa que seu comportamento é problemático? O quanto você está preocupado acerca do seu comportamento? Você está interessado em fazer algo para mudar esse comportamento? Você está pronto para agir já?"

Mudando comportamentos

A seguir, a pessoa deve alterar seu comportamento estabelecendo "objetivos específicos e inteligentes." Em outras palavras, você não pode simplesmente resolver "exercitar-se mais," você deve identificar quando e por quanto tempo você fará um exercício, se é ioga ou natação ou ciclismo. "Exercitar-se mais" se transforma em "Eu vou fazer uma caminhada acelerada de uma hora de duração todas as quintas-feiras às seis da tarde."

A terceira parte no processo de tornar as mudanças permanentes é reconhecer o papel que a emoção desempenha na sua saúde e criar estratégias para lidar com elas sem entrar em comportamentos destrutivos como, por exemplo, comer quando você está se sentindo mal, ou acender um cigarro quando você está em uma situação de exposição social.

Medicações para a ansiedade

"É o estresse que arranca das pessoas os seus melhores planos," diz o Dr. Vallis. "Todas essas coisas prejudiciais à saúde - comer todo o pote de sorvete, beber, fumar - são formas de medicações para a ansiedade.

"Se um comportamento prejudicial à saúde serve a um objetivo para o paciente, é importante 'substituir a função' desse comportamento. Desta forma, um devorador de comida emocional freqüentemente não terá sucesso na perda de peso até que ele desenvolva métodos alternativos de lidar com suas emoções que não sejam simplesmente comer."

Treinando os profissionais da saúde

O Dr. Vallis afirma que os profissionais de saúde devem ter o papel de servir como bons modelos; não é mais aceitável que enfermeiras e médicos preguem formas de vida saudável se eles estão comendo vorazmente na cantina do hospital ou fumando na calçada entre os atendimentos.

Ele está desenvolvendo sessões de treinamento com profissionais de saúde para que sua mensagem de motivação chegue a um número maior de pessoas do que ele conseguiria levar atendendo um por um.

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