Miniestômagos
Têm sido feitos inúmeros avanços para cultivar miniorgãos em laboratório, conhecidos como organoides.
Esses organoides fornecem aos pesquisadores ferramentas inestimáveis para estudar como os órgãos funcionam quando estão saudáveis e quando estão sendo afetados por doenças.
Agora, uma equipe da Itália e do Reino Unido descreveu, pela primeira vez, como cultivar miniestômagos, e fazê-los em diferentes estágios de desenvolvimento - fetal, infantil e adulto.
Para fazer isso, os pesquisadores isolaram células-tronco de amostras de estômago de pacientes e as cultivaram em condições especiais no laboratório para obter mini-estômagos que imitam o comportamento de um estômago humano.
Sintomas gastrointestinais
Como não poderia deixar de ser, o primeiro uso dos mini-estômagos envolve a covid-19.
À medida que a pandemia progredia, vários hospitais relataram sintomas gastrointestinais associados com os efeitos respiratórios mais comuns, especialmente em crianças.
Os cientistas então facilitaram a infecção externa dos miniestômagos, expondo a superfície das células ao vírus SARS-CoV-2. Isso mostrou que o vírus pode se replicar no estômago, e ele fez isso com mais facilidade em organoides que cresceram a partir de células-tronco infantis e de células-tronco fetais tardias, em comparação com as células-tronco adultas.
A equipe também foi capaz de observar o impacto da infecção nas células dentro dos organoides, mostrando que um grupo específico de células, chamadas células delta, que produzem um hormônio chamado somatostatina, morreu, o que poderia explicar alguns dos sintomas estomacais vistos em pacientes.
Infecções gastrointestinais
"Este estudo destacou que a infecção por SARS-CoV-2 pode começar a infectar o sistema gastrointestinal através do estômago em crianças e bebês. Esperamos que isso acrescente outra peça ao quebra-cabeça enquanto tentamos construir nossa compreensão do impacto do vírus em todo o corpo. Como equipe de pesquisa, estamos orgulhosos de ter contribuído para a luta global contra o coronavírus desta forma, orientando nossa pesquisa conforme a necessidade surge," disse o professor Paolo De Coppi, coordenador da pesquisa.
A equipe planeja agora continuar seu trabalho, utilizando esses novos miniestômagos para estudar como o estômago se desenvolve desde o início da gravidez até a idade adulta. Eles também planejam examinar os efeitos das infecções gastrointestinais mais comuns, virais ou não.
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