Resposta glicêmica
Lembra-se dos tradicionais conselhos sobre mastigar a comida dezenas de vezes antes de engolir? Talvez seja melhor esquecê-los.
"Os contos da carochinha para mastigar e mastigar e mastigar como uma vaca são realmente contraproducentes quando se trata da resposta glicêmica," explicam Christiani Jeyakumar e Verena Tan, que estudaram o assunto em conjunto com seu professor Yung Seng Lee, do Instituto A*STAR de Ciências Clínicas (Cingapura).
Os experimentos mostraram que mastigar mais lentamente e menos vezes libera menos glicose na corrente sanguínea do que uma mastigação rápida e contínua.
Picos dos níveis de açúcar no sangue - conhecidos como resposta glicêmica - podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver obesidade, doenças cardíacas e diabetes tipo 2.
"Estes resultados são gratificantes porque o tempo e a frequência de mastigação são comportamentos que podemos mudar conscientemente," disse o professor Yung Lee.
Mastigue menos e engula porções maiores
A resposta glicêmica aos alimentos varia consideravelmente de pessoa para pessoa. A equipe queria identificar formas não medicamentosas e não invasivas para que cada um consiga reduzir essa resposta.
Eles analisaram a resposta glicêmica de 75 indivíduos saudáveis comendo pratos de arroz sob diversas condições e compararam os parâmetros da mastigação - frequência e duração por bocado -, teor de saliva e o tempo necessário para que o estômago voltasse a se esvaziar.
Amostras de sangue e de saliva foram retiradas dos participantes antes e depois de cada refeição. Seus movimentos mandibulares foram monitorados através de eletrodos sobre a pele e a atividade estomacal foi medida utilizando um aparelho de ultra-som.
Para dois tipos de arroz usados nos testes, uma taxa de mastigação mais lenta e engolir bocados maiores resultou na redução dos níveis de açúcar no sangue após a refeição e no esvaziamento mais rápido do estômago.
Comida como medicamento
A equipe se diz empenhada em encontrar maneiras de controlar os níveis de açúcar no sangue sem usar medicamentos.
Em vez disso, eles propõem o uso de técnicas simples, como mastigar menos e engolir bocados maiores, e ingerir ingredientes como ervilhas, pistaches ou nozes - ou farinha de banana verde.
"A comida é o novo medicamento - este é o nosso mantra," disse Christiani Jeyakumar.
Os resultados foram publicados no European Journal of Nutrition.
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