01/11/2012

Mamografias poderão ser feitas com 25 vezes menos radiação

Redação do Diário da Saúde

Polêmica das mamografias

A mamografia tem sido alvo de polêmicas intensas entre os especialistas.

Enquanto as entidades médicas insistem no exame preventivo desde muito cedo, cientistas insistem cada vez mais que a preocupação de mulheres de baixo risco pode fazer mais mal do que bem.

Além do aumento dos falsos positivos de câncer de mama, os pesquisadores se preocupam com a dose de radiação a que as mulheres são expostas durante a mamografia.

Ao longo de anos, esses exames acabam aumentando o risco do câncer de mama porque a radiação é cumulativa no organismo.

A radiação da mamografia é ainda mais preocupante para mulheres muito jovens.

Mamografia com menos radiação

A boa notícia que surge agora é que a mamografia poderá brevemente ser realizada com uma dose de radiação 25 vezes menor do que a usada atualmente.

Uma equipe internacional de cientistas desenvolveu uma nova técnica para gerar imagens de raios X 3D da mama com uma dose de radiação que é muito mais baixa do que a utilizada para os exames 2D atuais.

Segundo a equipe, a nova técnica produz imagens de tomografia computadorizada tridimensional com uma resolução espacial de 2 a 3 vezes maior do que os exames atuais, mas com uma dose de radiação 25 vezes menor.

Yunzhe Zhao e seus colegas europeus e norte-americanos divulgaram o resultado do seu trabalho na última edição da revista científica Pnas.

Mamografias poderão ser feitas com 25 vezes menos radiação
A nova técnica produz imagens de tomografia computadorizada tridimensional com uma resolução espacial de 2 a 3 vezes maior do que os exames atuais, mas com uma dose de radiação 25 vezes menor.
[Imagem: ESRF-LMU/Brun]

Novo exame de mamografia

A equipe concorda que tanto os raios X quanto a tomografia computadorizada não podem ser usados rotineiramente para o diagnóstico do câncer de mama porque o risco de efeitos de longo prazo a órgãos sensíveis à radiação - como a mama - "é muito alto".

Eles resolveram o dilema entre a necessidade da prevenção e o risco do exame juntando três técnicas: raios X de alta energia, uma técnica de detecção chamada "imageamento por contraste de fase" e um algoritmo matemático para reconstruir imagens de tomografia a partir de dados de raios X.

Os tecidos são mais transparentes aos raios X de alta energia e, portanto, uma menor dose é depositada no tecido - uma redução por um fator de 6 na dose de radiação.

O imageamento por contraste de fase permite a produção de imagens usando menos raios X para se obter o mesmo contraste da imagem.

Finalmente, o novo algoritmo precisa de quatro vezes menos radiação para gerar a mesma qualidade de imagem.

A nova técnica está em testes e ainda depende de aprimoramentos e integração dos equipamentos e sistemas para estar disponível ao público.

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