Lentes de contato com LEDs evitam retinopatia diabética

Diagrama do sistema de prevenção e tratamento precoce da retinopatia diabética usando lentes de contato inteligentes equipadas com LEDs.
[Imagem: Geon-Hui Lee et al. - 10.1002/advs.202103254]

Lente de contato com LED

O diabetes é uma doença crônica de longo prazo com muitas complicações e requer cuidados ao longo da vida. Por exemplo, quanto mais tempo um paciente sofre de diabetes, maior o risco de desenvolver retinopatia, que pode levar progressivamente a um declínio na visão e até mesmo à cegueira.

A retinopatia diabética é atualmente tratada por injeções terapêuticas repetidas no globo ocular, ou milhares de pequenas queimaduras feitas com um laser para destruir capilares próximos às bordas da retina. Ambos os procedimentos são altamente dolorosos para o paciente.

Mas uma solução menos invasiva e menos dolorosa já está a caminho: Pesquisadores coreanos desenvolveram agora uma nova lente de contato inteligente capaz de prevenir a retinopatia diabética e tratá-la em seus estágios iniciais.

Isto é feito por uma lente de contato dotada de minúsculos LEDs que irradiam 120 µW (microWatts) de luz vermelha na retina.

Nos primeiros testes com modelos animais diabéticos, os pesquisadores confirmaram que a retinopatia diabética não apareceu nos animais que usaram as lentes de contato inteligentes por 15 minutos, 3 vezes por semana, por um total de 8 semanas.

Em contrapartida, os animais que não usavam as lentes apresentaram condições retinopáticas. A segurança e a eficácia das lentes também foram confirmadas pela análise histológica da córnea e da retina dos animais.

Múltiplos usos

Embora sejam apenas os primeiros passos, a equipe acredita que a validação desta tecnologia poderá ser útil para uma infinidade de outros tratamentos e condições de saúde, além do monitoramento de condições físicas e emocionais.

"Este estudo demonstrou a viabilidade de um dispositivo vestível do tipo lente de contato para aplicações não apenas no monitoramento da saturação de oxigênio, batimentos cardíacos e doenças oftalmológicas, mas também no tratamento de depressão, insônia, doenças neuronais e muito mais," disse o professor Sei Kwang Han, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang (Coreia do Sul).