Sexo frágil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que a indústria tabagista tem concentrado seus esforços em conquistar mais consumidores do sexo feminino e nos países em desenvolvimento.
Em uma declaração divulgada nesta segunda-feira, por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, a organização disse que, em algumas economias emergentes, já há mais mulheres do que homens jovens que fumam regularmente.
Segundo a OMS, isso é uma realidade em países como Bulgária, Chile, Colômbia, Uruguai, Croácia, México, República Tcheca, Nigéria e Nova Zelândia.
O fumo é a maior causa de mortes evitáveis do mundo, matando mais de cinco milhões de pessoas por ano. Destas, em média 1,5 milhões são mulheres.
Mulheres fumantes
A OMS estima que, atualmente, apenas 20% do total de fumantes no mundo são do sexo feminino.
"Sabemos que a propaganda do cigarro cada vez mais se direciona às mulheres jovens", disse o diretor-geral assistente para doenças não contagiosas e saúde mental da OMS, Ala Alwan.
A indústria tabagista, de acordo com a entidade, procura difundir a imagem de que consumir cigarro é elegante e está na moda.
Para a diretora-geral da OMS, Margaret Chan,"as tendências em alguns países são extremamente preocupantes. O uso do tabaco não é libertador nem glamoroso. É viciante e mortal".
Câncer de garganta
À medida que diminuem as possibilidades de comercialização e de promoção do cigarro em países ricos, devido a restrições na lei, a indústria volta suas atenções para o mundo em desenvolvimento, diz a OMS.
Em nações mais pobres, cigarros são distribuídos gratuitamente em discotecas e concertos de música.
Para tentar contrabalançar a imagem difundida pelas propagandas publicitárias, a OMS lançou uma série de pôsteres que mostram a verdade nada glamorosa sobre o fumo.
Os cartazes falam do mau hálito, dos dedos manchados e do câncer da garganta, entre outras consequências.
Demografia do fumo
Segundo a OMS, uma pessoa morre a cada seis segundos no mundo vítima do cigarro.
Em linhas gerais, três quartos (75%) da população que fuma no mundo - cerca de um bilhão de pessoas - vivem em nações asiáticas.
A China está em primeiro lugar, com cerca de 350 milhões de fumantes, seguida pela Índia, com 290 milhões.
Impostos são a forma mais efetiva de reduzir o uso do tabaco, especialmente entre os jovens e os pobres, diz a OMS.
Os cálculos citados pela organização são de que um aumento de 10% nos impostos diminua o consumo em 4% em países de alta renda e em 8% em países de baixa e média renda.
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