28/09/2017

Imagens mexem com emoções. Para mudar ideias, use palavras

Redação do Diário da Saúde
Imagens nem sempre valem mais do que mil palavras
Imagens que ilustram notícias podem desencadear atos de compaixão, mas quando se trata da formação de pontos de vista políticos, nada supera um bom texto.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Política e compaixão

É bem sabido que uma imagem forte pode evocar uma resposta emocional também forte.

Mas será que uma imagem é capaz de influenciar a opinião política de um indivíduo a ponto de fazê-lo mudar de ideia?

Tom Powell, Claes de Vreese e Hajo Boomgaarden, pesquisadores da Universidade de Amsterdã (Holanda), decidiram checar isto, para verificar se o dito popular de que uma imagem vale mais do que mil palavras vale também para as posturas ideológicas.

Parece que não - ao menos não a imagem sozinha, sem nenhum texto associado, concluíram eles.

O que se verificou é que as imagens que ilustram notícias podem desencadear atos de compaixão, mas quando se trata da formação de pontos de vista políticos, nada supera um bom texto.

Imagens, artigos e vídeos

A equipe fez vários experimentos nos quais os voluntários foram expostos a histórias de alto impacto em temas emotivos, como a crise europeia de refugiados e a intervenção militar em conflitos estrangeiros. Os participantes viam várias combinações de imagem e texto em formato de artigos e de vídeos. Posteriormente, eles davam suas opiniões e comportamentos em relação a esses tópicos.

As imagens mostraram-se particularmente boas para evocar emoções - simpatia pelos refugiados, por exemplo - e, por sua vez, desencadear comportamentos como doar dinheiro ou assinar uma petição a favor dessas pessoas.

No entanto, as imagens não se mostraram capazes de mudar as opiniões a longo prazo. Em vez disso, os experimentos mostraram que o texto é melhor para mudar essas opiniões, provavelmente porque requer mais engajamento por parte do leitor e, por sua vez, o envolve no assunto.

Jornal é melhor que TV?

"Nós também descobrimos que ver uma notícia sobre, digamos, a crise dos refugiados, em um artigo noticioso, encorajou as pessoas a ajudar os refugiados mais do que vê-la em formato de vídeo. Mais uma vez, nossos resultados sugerem que, no geral, quando as pessoas leem notícias, elas se envolvem mais com ela do que se a assistirem.

"[...] Imagens 'poderosas' podem atrair as pessoas para a notícia, mas os cidadãos não serão completamente conquistados por elas - é como as imagens se combinam com as palavras e com o conhecimento prévio da audiência o que realmente importa," concluiu Powell.

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