Robô em hospital
Um equipamento, inicialmente idealizado para levar medicamentos entre as alas do Hospital Universitário da USP, está sendo readequado para atender aos protocolos rígidos trazidos pela pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, como o mínimo contato entre os pacientes.
O Robô Transportador Hospitalar permitirá o transporte de remédios, exames e documentos, a uma velocidade entre 4 e 5 km/h, nas áreas do hospital universitário dedicadas ao atendimento dos pacientes com covid-19.
O robô opera através de um aplicativo instalado no celular dos funcionários do hospital: o funcionário solicitará o serviço ao equipamento e o robô cumprirá as ordens. Com autonomia para funcionar até 8 horas ininterruptas, o robô fica parado em uma estação de recarga da bateria quando não é solicitado.
"Além de diminuir o contato entre as pessoas, os funcionários que antes eram designados para essas tarefas poderão realizar atividades mais nobres," conta o professor José Roberto Cardoso, responsável pela construção e testes do robô.
Robô contra pandemia
O projeto original, chamado de Robô de Entregas, começou a ser realizado em maio de 2019. A ideia era disponibilizar um veículo autônomo no campus da USP para executar atividades administrativas, como o transporte de documentos entre as unidades.
"Foi quando o Departamento de Farmácia do HU veio até nós com a demanda de automatizar o setor," explica Cardoso. "A ideia era que o deslocamento de medicamentos fosse feito por máquinas, agilizando todo o processo. Mas chegou o coronavírus e as prioridades mudaram."
Como explica o engenheiro Leopoldo Rideki Yoshioka, outro idealizador do projeto, o conceito inicial de programar o robô para executar atividades repetitivas, por meio de algoritmos de aprendizagem de máquina, passou para um serviço sob demanda.
Os idealizadores pretendem entrar com pedido de patente, mas a ideia é que a maior parte do projeto seja disponibilizada para que outros interessados repliquem o projeto.
"Disseminar o conhecimento é também um dos nossos objetivos", declara Yoshioka. "Compartilhar o conhecimento que ajude a salvar vidas é hoje o princípio idealizado por professores e alunos. Estamos trabalhando com o maior entusiasmo, porque sabemos que a sociedade precisa se unir para enfrentar a doença," completou Cardoso.
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