27/10/2017

Compostos da graviola têm ação contra o câncer

Com informações da Agência Fapesp e Embrapa
Compostos da graviola têm ação antitumoral
Compostos extraídos da gravioleira têm ação antitumoral.
[Imagem: Antonio Lindemberg Martins Mesquita/Embrapa]

Graviola e gravioleira

Substâncias bioativas identificadas na graviola e em sua planta, a gravioleira, vêm chamando a atenção dos cientistas há pelo menos 40 anos, inspirados pelo seu largo uso como planta medicinal pela medicina popular.

Eles acreditam que os benefícios da planta devem-se a substâncias chamadas acetogeninas anonáceas, uma classe de compostos derivados de ácidos graxos cujo espectro de atividade biológica inclui propriedades inseticidas, anti-helmínticas e anticancerígenas.

"Pesquisas têm confirmado o que o conhecimento tradicional aponta: componentes bioativos naturais presentes nas folhas, caule, casca e semente dos frutos da gravioleira apresentam comprovado efeito anticancerígeno," explica a pesquisadora Ingrid Vieira de Moraes, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE).

Ela e seus colegas da Embrapa e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) estão desenvolvendo métodos para extrair e concentrar esses compostos, transformando-os em suplementos alimentares ou fitoterápicos, sem que se percam os princípios ativos da planta.

Extrato de graviola

Várias empresas brasileiras e estrangeiras comercializam a folha da gravioleira desidratada na forma de cápsulas e sachês de chá, obtidos a partir da secagem e trituração das folhas. Por meio desse processo, os compostos bioativos presentes nas folhas, encontrados na ordem de partes por milhão, estão misturados a diversos outros compostos e suas concentrações não são determinadas.

O objetivo da equipe é chegar a um produto padronizado, cuja concentração seja determinada e segura para consumo humano. "O conhecimento das concentrações de moléculas potencialmente citotóxicas, como as acetogeninas anonáceas, é de extrema relevância para o consumo seguro dos produtos que contêm esses compostos", disse Ingrid.

Para isso, a pesquisadora extraiu os compostos bioativos utilizando um solvente reconhecido como seguro para o consumo humano, o etanol. Agora será necessário analisar a estabilidade das moléculas extraídas e padronizar os extratos, e então ajustar o processo, até agora feito em laboratório, para uma produção em maior escala e comercialização.

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