Penicillium excelsum
Uma pesquisadora brasileira descobriu um fungo parente da penicilina na castanha-do-brasil, ou castanha-do-pará.
A nova espécie de fungo foi batizada de Penicillium excelsum, passando a figurar entre as mais de 350 espécies do gênero Penicillium, o mesmo de onde se extraiu originalmente a penicilina, o primeiro dos antibióticos.
O novo fungo foi detectado em quase todo o ecossistema das castanheiras. Ele estava presente em amostras de folhas, de cascas, de castanhas, dos ouriços, nas flores e no solo. O P. excelsum foi igualmente identificado nas abelhas que fazem a polinização das flores da castanheira, assim como em formigas.
Diversas espécies de fungos do gênero Penicillium produzem antibióticos que têm a propriedade de combater infecções causadas por vírus, bactérias e outros fungos. A descoberta de tais propriedades se confunde com a descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina.
"Ainda não sabemos se esta nova espécie produz alguma substância metabólica de interesse para a indústria farmacêutica. Mas vamos investigar," afirmou Marta Hiromi Taniwaki, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) de Campinas (SP), descobridora do novo fungo.
Fungos em castanhas
O objetivo inicial da pesquisadora era entender como evitar a contaminação das castanhas por espécies de mofo ou bolor que produzem substâncias tóxicas.
A formação das toxinas pelos fungos nas castanhas se deve às condições de umidade na floresta e ao tempo de estocagem até as sementes atingirem um nível seguro de umidade. Castanhas que são secas à temperatura de 60º C e mantidas em estoques apropriados apresentam menos fungos e menor possibilidade de conter as toxinas do que aquelas armazenadas sem os mesmos cuidados.
A pesquisa determinou a predominância das espécies dos gêneros Aspergillus e Penicillium no ecossistema das castanheiras, "sendo que várias espécies de Aspergillus foram capazes de produzir toxinas nos testes in vitro e nas castanhas. Alguns desses trabalhos já foram publicados, outros ainda virão em breve," disse a pesquisadora.
A espécie P. excelsum foi isolada a partir de amostras coletadas no Amazonas e no Pará, na floresta, em fazendas, em mercados e nas processadoras da castanha.
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