Febre Q
Dores no corpo, febre, náusea, vômito, cansaço e dor de cabeça.
Estas manifestações, muito comuns no quadro clínico de dengue e de outras viroses de grande circulação no Brasil, também podem estar associadas a uma doença ainda pouco conhecida no país: a febre Q.
Causada pela bactéria Coxiella burnetii, a doença é transmitida aos humanos pela inalação de partículas contaminadas do ar ou pelo contato com o leite, fezes, urina, muco vaginal ou sêmen de gado, ovelhas, cabras e outros mamíferos domésticos, incluindo cães e gatos, quando infectados, o que associa sua ocorrência sobretudo a ambientes com características rurais.
A ausência de dados epidemiológicos sobre o agravo e a possibilidade de seus sintomas serem confundidos com diversas outras doenças acenderam o alerta para os pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Febre Q no Brasil
Elba Lemos e Maria Angélica Mares Guia, estudaram técnicas avançadas para detectar a presença de C. burnetii em nove pacientes durante um surto da doença em Itaboraí, município do Rio de Janeiro e separar a doença da dengue.
Foi em Itaboraí que a Fiocruz detectou, em 2008, por meio de análise molecular, o primeiro caso confirmado de febra Q no Brasil. Agora, além do Rio de Janeiro, casos de febre Q já foram confirmados em Minas Gerais e São Paulo.
No total, 272 pacientes foram analisados. Destes, 166 tiveram a confirmação para dengue e nove foram diagnosticados com febre Q. Um dos pacientes apresentou infecção pelos dois patógenos.
"Embora a quantidade de amostras positivas para febre Q pareça inexpressiva, chama atenção a correlação que os profissionais de saúde fizeram com a dengue no momento do diagnóstico clínico. Por ser uma zoonose complexa e ter poucos casos registrados, a febre Q ainda é muito negligenciada. Embora não exista em grande número, ela nos preocupa devido à resistência do patógeno e sua perpetuação no ambiente, podendo causar surtos", disse Elba.
Tratamento para febre Q
Quando houver suspeita de febre Q, o paciente precisa ser imediatamente medicado para uma melhora significativa.
"Simples e de baixo custo, o tratamento adequado consiste na utilização de um antibiótico específico por aproximadamente 3 semanas. No caso crônico da doença, esse período pode se estender por meses", explica.
Com o tratamento correto realizado nos primeiros três dias da doença, as manifestações clínicas, como a febre, podem cessar em 72 horas. Porém, caso não receba a medicação apropriada, o paciente pode ter a doença agravada.
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