Estatinas só baixam colesterol em metade dos pacientes

O uso das estatinas é motivo de controvérsia há muito tempo, sobretudo seu uso de forma preventiva.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Estatinas como prevenção

Apesar de muitas controvérsias nas comunidades científica e médica, as estatinas, vistas muitas vezes como uma faca de dois gumes, têm sido recomendadas para reduzir o risco de doenças cardíacas.

Contudo, depois de monitorar mais de 165.000 pessoas no Reino Unido, uma equipe da Universidade de Nottingham constatou que menos da metade das pessoas que tomam estatina sob receita médica atingem o nível desejado de colesterol dentro de dois anos após começar a tomar os medicamentos.

No Reino Unido, onde a pesquisa foi feita, os médicos são orientados a prescrever estatinas para pessoas consideradas de alto risco de doença cardíaca, com o objetivo de reduzir seus níveis de colesterol LDL em 40% ou mais.

Mas a análise, que incluiu dados entre 1990 e 2016, descobriu que as estatinas atingiram esse objetivo dentro de dois anos em apenas 49% daqueles que as receberam. Em outras palavras, do ponto de vista de um paciente individual, ter o benefício de tomar a estatina tem a mesma probabilidade de se obter cara (ou coroa) ao jogar uma moeda.

Os pacientes que não obtiveram sua desejada queda de colesterol na quantidade planejada tiveram 22% mais probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares do que aqueles para os quais as estatinas tiveram efeito.

"Estes resultados contribuem para o debate sobre a eficácia da terapia com estatinas e destacam a necessidade para uma medicina personalizada no controle de lipídios para os pacientes," escreveram Ralph Kwame Akyea e seus colegas.

• Estatinas reduzem sua gordura boa

Por que as estatinas não funcionaram

"Embora este estudo sugira que nem todos que recebem prescrição de estatinas consigam reduzir seu colesterol suficientemente, isso não explica por quê.

"Pode ser que essas pessoas tenham recebido uma receita de estatinas em dosagem baixa, talvez não tenham tomado a medicação como lhes foi prescrita ou talvez tenham tomado o tipo inadequado de estatinas para elas," disse o Dr. Metin Avkiran, do Kings College de Londres, membro da equipe.

• Estatinas não protegem, aumentam o risco de Parkinson, diz novo estudo