A empresa farmacêutica francesa Sanofi anunciou a entrega do primeiro medicamento contra a malária que utiliza em sua composição uma versão semissintética da artemisinina, principal ingrediente de um dos principais remédios utilizados no combate à doença.
A Sanofi disse que o desenvolvimento de um medicamento com um composto semissintético da artemisinina sinaliza "uma nova era" contra a doença, que é propagada por meio de picadas de mosquitos.
Segundo a empresa, a artemisinina é normalmente derivada de uma planta (Artemisia annua, ou Qinghaosu), mas as condições meteorológicas podem afetar as colheitas, o que causa fortes variações no preço e frequentes falhas na distribuição.
Na verdade, a descoberta da artemisinina é um verdadeiro épico, digno de um roteiro de cinema, e deveu-se à abnegação de uma cientista chinesa, que encontrou a receita em um livro de plantas medicinais com mais de 1.600 anos de idade.
"Ao complementar a oferta de produtos de origem botânica, esta nova opção pode aumentar o acesso ao tratamento de milhares de doentes com malária todos os anos", disse a Sanofi em comunicado.
De acordo com a empresa, serão fabricados 1,7 milhão de doses com o medicamento semissintético, que será enviado para Burkina Faso, Burundi, República Democrática do Congo, Libéria, Niger e Nigéria nos próximos meses.
Segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a malária, a doença matou 627 mil pessoas em 2012, a maior parte crianças na África.
Em todo o mundo foram registrados mais de 200 milhões de casos. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima-se que mais de 40% da população mundial está exposta ao risco de contrair malária.
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