Empatia versus punição
Professores que usam a empatia para disciplinar a classe, em lugar do rigor e da punição, conseguem diminuir significativamente o número de problemas que levam à suspensão dos alunos durante o ano.
A comparação, feita por meio de intervenções práticas em sala de aula, mostrou que a abordagem menos conflituosa reduziu pela metade a porcentagem de estudantes que foram suspensos - de 9,6% para 4,8%.
A suspensão pode ser prejudicial para os alunos porque lhes nega a oportunidade de aprender, atrapalha os relacionamentos e pode colocá-los rumo a outros comportamentos de risco.
Punição versus relações fortes
Um princípio central da profissão docente é construir relações positivas com os alunos, especialmente com aqueles mais problemáticos. Mas alguns professores parecem ter uma "mentalidade punitiva padrão".
"É de partir o coração," analisa Gregory Walton, professor de psicologia na Universidade de Stanford (EUA). "Os professores ficam presos entre dois modelos, um modelo punitivo que diz que você tem que punir as crianças para fazê-las se comportar e um modelo mais antigo que vai ao coração da profissão, que diz que ensinar tem tudo a ver com a construção de relações fortes com as crianças, especialmente quando elas têm mau comportamento."
O psicólogo acrescenta que ninguém entra na profissão docente a fim de mandar as crianças para a sala do diretor ao menor sinal de mau comportamento: "Mas as políticas punitivas podem levar o professor ao erro. Isso faz com que as crianças se sintam desrespeitadas e, finalmente, contribui para piorar o comportamento."
Relações de confiança
"Todas as crianças precisam de apoio e relações de confiança para ajudá-las a crescer e melhorar," acrescenta Jason Okonofua, principal autor do comparativo, que foi publicado na revista Pnas.
"A nossa intervenção ajudou professores a se reconectar com esses valores, quem eles realmente querem ser como professores, e como eles querem se relacionar com seus alunos," concluiu.
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