22/02/2018

Droga que inibe vitamina coloca células do câncer em hibernação

Redação do Diário da Saúde
Droga coloca células do câncer em hibernação inibindo vitamina
O fármaco restringe a disponibilidade de vitamina B2, deixando as células-tronco do câncer sem energia.
[Imagem: The University of Salford]

Difenileniodônio

As células-tronco do câncer, responsáveis pela geração das células tumorais, podem ser postas em hibernação por um fármaco pouco conhecido, chamado difenileniodônio - ou DFI.

Sob a ação da droga, as células-tronco do câncer são efetivamente desligadas, o que impede sua proliferação.

"É extraordinário, as células simplesmente ficam lá, como se estivessem em estado de animação suspensa," explicou o professor Michael Lisanti, da Universidade de Salford (Reino Unido).

A descoberta é significativa porque essa droga interrompe a propagação das células-tronco cancerígenas inibindo a metástase, sem causar os efeitos colaterais tóxicos normalmente associados à quimioterapia convencional.

Outras drogas continuariam sendo necessárias para eliminar o tumor porque o DFI desativou apenas as células-tronco cancerígenas, não tendo sido registrada toxicidade para as células de câncer do tumor, que se acredita não serem capazes de aumentar o tumor ou fazer com que ele se espalhe pelo corpo.

Inibidor da vitamina B2

O DFI alveja mais de 90 enzimas proteicas que alimentam as mitocôndrias e ajudam a gerar a energia celular. Especificamente, a droga funciona como um inibidor da vitamina B2 - riboflavina - deixando as células sem energia.

"Nossa observação é que o DFI está atacando seletivamente as células-tronco do câncer, criando efetivamente uma deficiência de vitamina," explicou o professor Lisanti.

"Em outras palavras, desligando a produção de energia das células-tronco do câncer, estamos criando um processo de hibernação. A beleza disso é que o DFI torna as células-tronco do câncer metabolicamente inflexíveis, então elas serão altamente suscetíveis a muitas outras drogas," acrescentou.

A quimioterapia produz muitos efeitos colaterais sérios, entre outros porque cria radicais livres tóxicos. Nos experimentos com o DFI, não foi registrado aumento dos radicais livres.

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