13/04/2010

Laser de baixa intensidade e ultrassom amenizam dores mandibulares

Valéria Dias - Agência USP
Laser de baixa intensidade e ultrassom amenizam dores mandibulares
O laser de baixa intensidade e o ultrassom são boas alternativas para amenizar a dor causada pela disfunção temporomandibular, melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes.
[Imagem: Ag.USP]

Dores na mandíbula

O laser de baixa intensidade e o ultrassom são boas alternativas para amenizar a dor causada pela disfunção temporomandibular (DTM), melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes.

A conclusão é de uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP), da USP.

Os pesquisadores descobriram que tanto o laser quanto o ultrassom podem ser considerados bons recursos fisioterápicos de apoio no controle das dores ligadas à DTM.

Problemas na mastigação

A dentista Thaíse Carrasco, autora de uma tese de doutorado sobre o tema, conta que a DTM engloba vários problemas clínicos ligados a musculatura mastigatória, as articulações temporomandibulares e estruturas associadas.

"A disfunção é caracterizada por ruídos articulares, limitação da mandíbula e, principalmente, dores nas articulações e músculos da face e é considerada a principal causa de dor não dental na região orofacial", explica.

Segundo a dentista, as causas são múltiplas e multifatoriais e, em geral, estão associadas ao estilo de vida moderno. "Acredita-se que o estresse seja o principal desencadeante, além de fatores como bruxismo, trauma na região da cabeça e pescoço, má-postura e má-oclusão", aponta.

Dor crônica

A DTM leva a um quadro de dor crônica. Essas dores não chegam a ser incapacitantes, porém incomodam muito quem tem a disfunção.

"Tenho pacientes que relatam que sentem dores nas articulações e nos músculos da face durante todo o dia, e isso algumas vezes chega a atrapalhar as atividades do dia a dia", conta o professor Marcelo Mazzetto, da FORP, que foi o orientador da pesquisa de doutorado de Thaíse.

Tratamento com laser e ultrassom

Participaram do estudo 30 pacientes - a maioria mulheres - com idades entre 15 e 45 anos. Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com o grau de disfunção: 10 receberam aplicações de laser, 10 de ultrassom e as 10 restantes ficaram no grupo controle (não receberam nenhum tipo de intervenção). O laser de baixa intensidade é um feixe de luz que é aplicado nos músculos da face.

Esse feixe tem efeito analgésico e anti-inflamatório e, ao ser aplicado, atinge os tecidos e alivia a dor.

O ultrassom é uma onda de calor que provoca a vasodilatação dos tecidos, também amenizando a dor.

Foram feitas 2 aplicações por semana, durante 4 semanas, nos músculos denominados masseter e temporal (da região da face).

Os participantes foram avaliados por meio de questionário antes do início das aplicações, após o término das 8 sessões e depois de 30 dias da última aplicação.

Melhora com os dois tratamentos

"O objetivo do estudo era avaliar se essas terapias seriam eficazes no alívio da dor e se contribuiriam para a melhora na qualidade de vida das pacientes. Também queríamos comparar os dois tratamentos para saber qual seria mais efetivo", afirma Thaíse.

Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre o grupo que recebeu sessões de laser e o de ultrassom. A melhora na qualidade de vida foi bastante significativa nos dois grupos, além do controle da dor.

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