Dopamina controla o movimento
Outrora conhecida como "hormônio da felicidade", hoje se sabe que a dopamina tem uma personalidade yin-yang, agindo no prazer e na dor.
Mais recentemente, os cientistas começaram a mudar até sua denominação, afirmando que a dopamina não é o hormônio do bem-estar, é o hormônio dos eventos importantes.
Uma nova pesquisa agora começa a esclarecer essa múltipla personalidade do hormônio, ao identificar três subtipos genéticos de neurônios dopaminérgicos na região do mesencéfalo de animais de laboratório.
Contestando a suposição comum de que os neurônios dopaminérgicos respondem apenas a recompensas ou a sinais de previsão de recompensa, os pesquisadores descobriram que um subtipo genético dispara quando o corpo se move. E, o que é ainda mais surpreendente, esses neurônios na verdade não apresentam nenhuma resposta às recompensas.
E não é apenas um ou outro: Esses neurônios dopaminérgicos associados unicamente ao movimento representam cerca de 30% do total no animal estudado.
Dopamina e Parkinson
Esta descoberta não só lança uma nova luz sobre a natureza misteriosa do cérebro, como também abre novas direções de pesquisa para uma maior compreensão e, potencialmente, até mesmo para o tratamento da doença de Parkinson, que é caracterizada pela perda de neurônios dopaminérgicos e por afetar o sistema motor.
"Quando as pessoas pensam em dopamina, elas provavelmente pensam em sinais de recompensa," disse o Dr. Daniel Dombeck, da Universidade Northwestern (EUA). "Mas, quando os neurônios dopaminérgicos morrem, as pessoas têm problemas de movimento. Isso é o que acontece com a doença de Parkinson, e tem sido um problema confuso para a área. Nós descobrimos um subtipo que faz uma sinalização motora sem qualquer resposta de recompensa, e eles ficam exatamente onde os neurônios de dopamina morrem primeiro na doença de Parkinson. Esta é apenas mais uma dica e uma pista que parece sugerir que existe algum subtipo genético que é mais suscetível à degradação ao longo do tempo, à medida que as pessoas envelhecem.
"Estamos nos perguntando se não é apenas a perda do sinal de indutor de movimento que está levando à doença - mas a preservação do sinal anti-movimento que está ativo quando os animais desaceleram," acrescentou Dombeck. "Pode ser este desequilíbrio de sinal que fortaleça o sinal para parar o movimento. Isso pode explicar alguns dos sintomas [de Parkinson]. Não é apenas que os pacientes com Parkinson não conseguem se mover; também pode ser que eles estejam sendo levados a parar de se mover."
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