03/04/2009

Diminui mortalidade por doenças do coração no Brasil

Agência Fapesp
Diminui mortalidade por doenças do coração no Brasil
Estudo revela que mortes por doenças cardiovasculares diminuíram no Brasil entre 1980 e 2003.
[Imagem: Fapesp]

Coração bom

As mortes por doenças cardiovasculares diminuíram no Brasil, sobretudo nas regiões mais ricas do país, mas ainda são esperados aumentos graduais das taxas de óbitos nas próximas décadas, o que indica a necessidade de implementação de políticas públicas para a prevenção dessas doenças.

As conclusões são de um estudo, conduzido por pesquisadores do Rio de Janeiro, que descreveu tendências da mortalidade cardiovascular no país ao longo de 24 anos e investigou as diferenças de acordo com grupos de doenças, região sociopolítica, gênero e idade.

Para isso, foi realizado um levantamento de dados oficiais sobre, entre outros, mortalidade e estimativa populacional entre os anos de 1980 e 2003. Os dados estão em artigo publicado na Revista Panamericana de Salud Pública.

Mortalidade por doenças cardiovasculares

De acordo com os pesquisadores, as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares decresceram, no período investigado, de 287,3 para 161,9 por 10 mil habitantes, com uma diminuição média anual de 3,9%.

Além disso, houve redução da taxa de mortalidade em todos os grupos de doença, faixas etárias e regiões, sendo que o derrame foi o evento que apresentou o maior declínio: de 95,2 para 52,6 por 10 mil habitantes (média de 4% ao ano), seguido pela doença coronariana, de 80,3 para 49,2 por 10 mil habitantes (3,6% ao ano).

Frutos da prosperidade

Segundo o artigo, embora essa diminuição de doenças ligadas ao aparelho cardiovascular seja um fenômeno já documentado em países mais ricos, as tendências ainda não estão esclarecidas nas nações em desenvolvimento.

Os pesquisadores atribuem as modificações ao aumento dos índices de desenvolvimento social no Brasil, mas alertam que "a diminuição foi especialmente marcada nas regiões mais desenvolvidas".

"As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Embora as taxas de mortalidade tenham diminuído gradualmente nos países desenvolvidos, o cenário é menos evidente nos países em desenvolvimento", destacaram.

Os autores do trabalho são Cintia Curioni, do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Renato Veras, da Universidade da Terceira Idade da Uerj, Charles André, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Cynthia Cunha, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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