Bactérias associadas ao Alzheimer
Brevemente, ajustar sua dieta poderá ajudar na desaceleração ou mesmo na prevenção do desenvolvimento da demência.
Estamos um passo mais perto de descobrir como fazer isto graças aos estudos que vêm reforçando a ligação entre a saúde intestinal e a doença de Alzheimer.
Uma equipe liderada pelo Dr. Davis Cammann, da Universidade de Nevada (EUA), examinou dados de dezenas de estudos científicos sobre a conexão cérebro-intestino e confirmou: Existe uma forte ligação entre determinados tipos de bactérias intestinais e a doença de Alzheimer.
O intestino humano contém entre 500 e 1.000 espécies de bactérias - o número varia de indivíduo para indivíduo -, com a quantidade e a diversidade desses microrganismos sendo influenciados pela genética e pela dieta.
A grande novidade é que esta nova análise encontrou uma correlação significativa entre 10 tipos específicos de bactérias intestinais e a probabilidade de desenvolver a doença de Alzheimer, algumas com efeito protetor e outras com efeito danoso.
Seis categorias de bactérias - Adlercreutzia, grupo Eubacterium nodatum, Eisenbergiella, grupo Eubacterium fissicatena, Gordonibacter e Prevotella - foram identificadas como protetoras.
Quatro tipos de bactérias - Collinsella, Bacteroides, Lachnospira e Veillonella - foram identificadas como fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer.
Incentivar as boas e controlar as ruins
Esta descoberta, mostrando quais bactérias podem ser benéficas e quais podem ser maléficas, promete impulsionar as pesquisas sobre intervenções preventivas baseadas em dietas e na alimentação voltadas para restabelecer o equilíbrio, repondo as bactérias protetores e inibindo o crescimento descontrolado daquelas que oferecem riscos.
"A maioria dos microrganismos em nossos intestinos são considerados bactérias boas, que promovem a saúde, mas um desequilíbrio dessas bactérias pode ser tóxico para o sistema imunológico de uma pessoa e estar ligado a várias doenças, como depressão, doenças cardíacas, câncer e doença de Alzheimer," disse o professor Jingchun Chen, coordenador da pesquisa.
Mas a conexão entre as bactérias e a doença de Alzheimer continuará sendo objeto de pesquisa, já que ainda não conhecemos os mecanismos exatos em ação.
O que se sabe, com base nos estudos científicos analisados pela equipe, é que certas bactérias nos intestinos podem secretar ácidos e toxinas que diluem e penetram no revestimento intestinal, interagem com um gene identificado como um importante fator de risco para a doença de Alzheimer (gene APOE) e desencadeiam uma resposta neuroinflamatória. Tudo isto afeta a saúde do cérebro e numerosas funções imunológicas, potencialmente promovendo o desenvolvimento do distúrbio neurodegenerativo.
Estudos já demonstraram que mudanças no microbioma intestinal por meio do uso de probióticos e ajustes na dieta podem impactar positivamente o sistema imunológico, a inflamação e até a função cerebral. As pesquisas agora prosseguem para identificar os mecanismos específicos envolvidos nas doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
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