20/09/2024

Descoberto tratamento promissor para vivermos mais e com saúde

Redação do Diário da Saúde
Descoberto tratamento promissor para vivermos mais e com saúde
Nós estamos vivendo mais, mas não estamos morrendo bem.
[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]

Viver mais e com saúde

Todos querem viver até uma idade avançada, mas ninguém quer ficar decrépito. Muitas intervenções médicas podem prolongar a vida, mas não necessariamente com uma boa saúde. E ninguém quer passar os últimos anos de uma vida extra longa em decrepitude.

Mesmo que a expectativa de vida humana tenha aumentado ao longo do último século, a maioria das pessoas na velhice sofre um sério declínio da saúde na última década de vida. Doenças crônicas como câncer, diabetes ou doenças cardiovasculares podem surgir, seguidas de fragilidade.

Mas esse declínio para a fragilidade pode não ser inevitável. Pesquisadores demonstraram um tratamento que pode prolongar a vida - e o vigor - até o fim.

Binsheng Wang e colegas da Universidade de Connecticut (EUA) conseguiram fazer com que um grupo de camundongos vivesse 9% a mais média, ou cerca de 79 dias extras de vida, recebendo apenas uma intervenção mensal - em termos humanos, isso representa viver quase 10 anos a mais.

Mas o mais impressionante não foi apenas que os camundongos viveram mais, mas que eles conseguiram andar mais rápido e agarrar objetos com mais força do que camundongos não tratados da mesma idade. Nos humanos, a velocidade de caminhada mais lenta e a pegada enfraquecida estão intimamente correlacionadas com o aumento da fragilidade geral. Os camundongos tratados mantiveram sua força e velocidade de caminhada durante todo o período de tratamento até o fim de suas vidas.

Descoberto tratamento promissor para vivermos mais e com saúde
Os efeitos positivos foram obtidos visando um gene chamado p21.
[Imagem: Binsheng Wang et al. - 10.1016/j.cmet.2024.07.006]

Células altamente inflamatórias

Os pesquisadores usaram dois grupos de camundongos. Um grupo recebeu tratamentos mensais para remover células altamente inflamatórias de seus tecidos; o grupo de controle não - "células altamente inflamatórias" foram definidas como aquelas que expressam ativamente um gene específico chamado p21.

Um camundongo com 20 meses de idade apresenta características similares a um humano com 60 anos de idade - mas alguns camundongos tratados viveram até 43 meses. E, embora os camundongos tratados fossem mais velhos no momento da morte, sua função física e fragilidade geral foram melhores do que as dos controles durante seu último estágio de vida.

"Estamos todos muito animados com esta descoberta, porque demonstra que não apenas estendemos a expectativa de vida, mas de fato estendemos a vida com boa saúde em camundongos, o que é um objetivo fundamental para o campo do envelhecimento,", disse o professor Ming Xu, coordenador da equipe.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Continuous intermittent clearance of p21-highly-expressing cells extends lifespan and confers sustained benefits to health and physical function.
Autores: Binsheng Wang, Lichao Wang, Nathan S. Gasek, Chia-Ling Kuo, Jia Nie, Taewan Kim, Pengyi Yan, Junyu Zhu, Blake L. Torrance, Yueying Zhou, Lisa C. Flores, Colton Allen, Allison M. Andrade, Chun Guo, Rachel L. Cohn, Evan R. Jellison, Jenna M. Bartley, George A. Kuchel, Sheng Li, Tamar Pirtskhalava, Tamar Tchkonia, Sumit Yadav, Laura Haynes, James L. Kirkland, Yuji Ikeno, Ming Xu
Publicação: Cell Metabolism
DOI: 10.1016/j.cmet.2024.07.006
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