Em um estudo revolucionário publicado na última edição da revista Nature, cientistas apresentam uma nova abordagem para tratar e eliminar o Staphylococcus aureus resistente à meticilina, a superbactéria conhecida como MRSA.
Essa bactéria, que desenvolve uma resistência aos antibióticos, até agora vinha se mantendo sempre um passo à frente dos pesquisadores.
Um grande problema com a MRSA é o desenvolvimento de infecções crônicas profundas, como a osteomielite (infecção óssea), endocardite (infecção do coração) ou infecções em implantes. Uma vez estabelecidas, estas infecções são frequentemente incuráveis, mesmo quando são utilizados os antibióticos apropriados.
Agora, Brian Conlon e Kim Lewis, da Universidade Northeastern (EUA), acreditam ter encontrado a solução para liquidar com a MRSA.
Bactérias persistentes
A equipe descobriu que as bactérias que sobrevivem aos antibióticos, sempre reiniciando a infecção, conseguem isso entrando em um estado de dormência que as torna imunes aos antibióticos tradicionais.
Como os antibióticos atuam visando funções celulares ativas das bactérias, eles são inúteis contra as bactérias persistentes que ficam dormentes, já que suas funções ativas estão desligadas.
Por isso, as células bacterianas persistentes são críticas para as infecções crônicas e o desenvolvimento dos biofilmes porque, assim que o tratamento termina, elas despertam e a infecção se restabelece.
A equipe descobriu que uma droga chamada ADEP acorda as células adormecidas, permitindo que elas sejam destruídas pelos antibióticos.
O tratamento erradicou completamente as células MRSA em uma variedade de experimentos de laboratório e, mais importante, em um modelo de camundongo com infecção crônica por MRSA.
Antibiótico ADEP
Juntando o ADEP a um antibiótico tradicional foi possível destruir completamente a população bacteriana, sem deixar sobreviventes ou dormentes.
É claro que, como acontece com todos os outros antibióticos, as células bacterianas provavelmente irão desenvolver resistência ao ADEP.
No entanto, os pesquisadores afirmam que "as células que desenvolvem resistência ao ADEP tornam-se muito fracas", eventualmente podendo ser destruídas por outros medicamentos.
Assim, outros fármacos tradicionais, como a rifampicina ou a linezolida atuam bem contra as células resistentes ao ADEP, proporcionando um coquetel único que mata não apenas os persistentes, mas também elimina bactérias mutantes que possam se tornar resistentes ao ADEP.
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