27/09/2022

Descoberta sobre telômeros pode nos ajudar a viver mais

Redação do Diário da Saúde
Descoberta sobre telômeros pode nos ajudar a viver mais
Uma célula, um cromossomo e os telômeros, que vão ficando mais curtos a cada divisão celular.
[Imagem: Fien Leeflang/Leiden University]

Telômeros

Com a ajuda da física e de um minúsculo ímã, pesquisadores descobriram uma nova estrutura no DNA - mais especificamente, nos telômeros.

Os telômeros são comumente descritos como a chave para que possamos viver mais: Eles protegem os genes de danos, mas ficam um pouco mais curtos cada vez que uma célula se divide - quando eles ficam curtos demais, a célula morre.

Por isso, a nova descoberta nos ajudará a entender melhor o envelhecimento e diversos processos degenerativos.

Em cada célula do nosso corpo existem cromossomos que carregam genes que determinam nossas características (como nos parecemos, por exemplo). Nas extremidades desses cromossomos estão os telômeros, que protegem os cromossomos. Geralmente descritos como "tampas", eles são mais parecidos com aquelas pontas de plástico na ponta de um cadarço.

O DNA entre os telômeros tem dois metros de comprimento, por isso ele precisa ser dobrado para caber em uma célula. Isto é possível envolvendo o DNA em pacotes de proteínas - juntos, o DNA e as proteínas são chamados de nucleossomo. E os nucleossomos são organizados em uma estrutura semelhante a um colar de miçangas, com um nucleossomo, um pedaço de DNA livre (ou não ligado), outro nucleossomo e assim por diante.

Esse cordão de miçangas então se dobra ainda mais, e esse dobramento adicional depende do comprimento do DNA entre os nucleossomos, que são as miçangas do colar. Os cientistas já conheciam duas estruturas que emergem após o dobramento. Em uma delas, duas miçangas adjacentes se unem e o DNA livre fica entre elas; se o pedaço de DNA entre as contas for mais curto, as contas adjacentes não conseguem grudar umas nas outras. Em seguida, duas pilhas se formam lado a lado.

Descoberta sobre telômeros pode nos ajudar a viver mais
Estas são as três diferentes estruturas do DNA conhecidas agora.
[Imagem: Fien Leeflang/Leiden University]

Espiral de DNA

Agora, Aghil Soman e colegas da Universidade de Leiden (Países Baixos) descobriram outra estrutura do telômero.

Nela, os nucleossomos estão muito mais próximos, então não há mais DNA livre entre as miçangas, o que acaba criando uma grande hélice, ou espiral, de DNA.

A estrutura é "o santo graal da biologia molecular", afirma o professor John van Noort, coordenador da pesquisa.

Quanto melhor conhecermos a estrutura das moléculas, mais informações teremos sobre como os genes são ativados e desativados e como as enzimas nas células lidam com os telômeros: Como elas reparam e copiam o DNA, por exemplo.

A descoberta dessa nova estrutura telomérica melhora nossa compreensão dos blocos de construção do corpo, neste caso de um bloco de construção que está na base de virtualmente toda a estrutura corporal.

E isso, por sua vez, nos ajudará a estudar o envelhecimento e doenças como o câncer e desenvolver medicamentos para combatê-los, afirma a equipe.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Columnar structure of human telomeric chromatin
Autores: Aghil Soman, Sook Yi Wong, Nikolay Korolev, Wahyu Surya, Simon Lattmann, Vinod K. Vogirala, Qinming Chen, Nikolay V. Berezhnoy, John van Noort, Daniela Rhodes, Lars Nordenskiöld
Publicação: Nature
DOI: 10.1038/s41586-022-05236-5
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