Ouvindo gestos
Gesticular enquanto fala - o famoso "falar com as mãos" - é comum em todo o mundo, entre todas as culturas.
Muitos teóricos da comunicação acreditam que o gesto serve para enfatizar pontos importantes da fala, ou para elucidar ideias específicas - lembre-se da pessoa "desenhando no ar" algo a que se refere.
Mas existem outras possibilidades. Por exemplo, pode ser que o gesto, alterando o tamanho e a forma do peito, pulmões e músculos vocais, afete o som da fala de uma pessoa.
Wim Pouw e seus colegas das universidades de Radboud (Países Baixos) e Connecticut (EUA), decidiram testar se essa ideia era verdadeira. Para isso, a equipe fez com que voluntários movessem sua mão dominante como se estivessem cortando madeira, enquanto sussurravam continuamente a letra "a", devendo manter o som "a" o mais estável possível.
Apesar dessas instruções, quando a equipe tocou gravações em áudio para outras pessoas, ficou claro que os ouvintes - que nada sabiam do experimento original - detectavam os gestos do voluntário inicial.
Quando os pesquisadores então pediram aos ouvintes que movessem seus braços no ritmo do "aaaaaa" que ouviam, eles fizeram movimentos que combinavam perfeitamente com os do orador original.
Som do corpo
Devido à estrutura do corpo humano, os movimentos das mãos influenciam os músculos do tronco e da garganta.
Assim, em vez de apenas usar os músculos do peito para produzir fluxo de ar para a fala, mover os braços enquanto você fala pode adicionar ênfase acústica. É assim que você pode "ouvir os movimentos" de alguém - e os voluntários ouviram, mesmo quando os oradores iniciais foram instruídos a tentar não mudar o tom de voz em razão dos movimentos.
"Alguns pesquisadores de linguagem não gostam dessa ideia, porque querem que a linguagem seja toda para comunicar o conteúdo da sua mente, e não o estado do seu corpo. Mas acreditamos que os gestos estão permitindo que o sinal acústico carregue informações adicionais sobre tensão e movimento do corpo. São informações de outro tipo," disse o professor James Dixon, um dos autores do estudo.
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