Transmissão sexual do zika
Autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram que o vírus zika "provavelmente" é transmitido sexualmente.
Ainda há algumas incertezas quanto a esse meio de transmissão porque o vírus também está presente na urina e na saliva - ou seja, há também a possibilidade de que um simples beijo possa transmitir a doença em sua fase aguda.
A confirmação da suspeita ocorreu na análise do caso de um casal norte-americano no qual um dos cônjuges, mas não o outro, esteve na Venezuela. Nos dias seguintes, o cônjuge que não viajou apresentou sintomas e foi identificado com o vírus. E não há infestação do Aedes aegypti na região de Dallas, onde o casal vive.
Em 2013, o zika foi detectado no sêmen de um homem na Polinésia Francesa. Embora aparentemente não tenha havido transmissão, o homem percebeu sangue no sêmen, por isso realizou exames que mostraram a presença do vírus.
Também já havia um caso documentado na literatura médica de um pesquisador norte-americano que visitou o Senegal, na África, em 2008, país que passava por um surto de zika na época, e que transmitiu o vírus para sua mulher, que não havia estado em regiões infectadas. Também havia presença de sangue no sêmen. O casal igualmente vivia em uma cidade sem presença do Aedes aegypti.
Não viajar para o Brasil
Até agora, foram detectados casos de infeção com vírus zika na América Latina, África e Ásia. Na Europa e na América do Norte, dezenas de casos foram relatados, mas as temperaturas frias do inverno impedem a sobrevivência do mosquito.
A Cruz Vermelha apelou para que sejam feitos donativos para a luta contra a epidemia de zika, que pode ser potencialmente perigosa para mulheres grávidas.
"A única maneira de impedir o vírus zika é controlar os mosquitos ou parar completamente o seu contato com os seres humanos, acompanhando esta ação para reduzir a pobreza," recomendou a Cruz Vermelha.
Epidemia de zika
Estudos mais aprofundados já estão em andamento para confirmação dos meios de transmissão, mas uma palavra final dependerá do estudo de novos casos.
Isto aumenta a preocupação de uma propagação rápida da doença, inicialmente nas Américas, mas podendo atingir todo o mundo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia declarado a epidemia de zika como "emergência de saúde pública de alcance global", sobretudo pela suspeita de que o vírus cause má-formações no cérebro de fetos.
A OMS também desaconselhou que mulheres grávidas viajem para o Brasil, o país mais atingido pela epidemia, com 1,5 milhão de casos.
O vírus zika é transmitido primariamente aos seres humanos pela picada de pernilongos do gênero Aedes (aegypti e albopictus) infectados.
Apesar de produzir sintomas mais leves do que o vírus da dengue, o vírus zika foi associado a complicações neurológicas que causam microcefalia no feto.
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