Acabam de ser descobertos novos compostos químicos produzidos por reações químicas específicas - como as que ocorrem no escapamento dos carros e ao grelhar a carne - que são centenas de vezes mais mutagênicos do que os compostos originais, que já eram conhecidos como agentes cancerígenos.
Não se sabia até agora que esses compostos existiam, o que aumenta as preocupações sobre os impactos na saúde da exposição a um ar urbano poluído ou a alimentos de determinado tipo.
Mutagênicos são substâncias químicas que podem causar danos ao DNA das células, que podem levar à sua reprodução descontrolada, formando tumores.
Ainda não foi determinado em que nível os compostos podem estar presentes de forma segura, de modo que ainda não há como estabelecer um padrão máximo de exposição a eles.
Os compostos foram identificados em experimentos de laboratório que simularam o tipo de condições encontradas na combustão e no escapamento de carros e caminhões, e no preparo de carnes grelhadas, como o churrasco.
Segundo Staci Simonich, professor de química e toxicologia da Universidade do Estado do Oregon (EUA), responsável pela pesquisa, o próximo passo será determinar o nível em que esses compostos estão presentes no ambiente.
Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos nitrogenados
Os compostos descobertos derivam de uma classe chamada hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, ou HPAs, formados naturalmente como resultado de quase qualquer tipo de combustão, seja de um fogão a lenha ou no interior de um motor de automóvel, no cigarro ou em uma usina de energia movida a carvão.
Muitos HPAs, como o benzopireno, são conhecidos por serem cancerígenos, sendo objeto de extensas pesquisas ao redor do mundo.
Mas tudo fica pior quando os HAPs interagem quimicamente com o nitrogênio do ar, tornando-se nitratos, ou HPANs - hidrocarbonetos policíclicos aromáticos nitrogenados.
Os compostos recém-descobertos são HPANs que eram desconhecidos até agora.
O estudo concluiu que a mutagenicidade dos HPANs com um grupo de nitrogênio na molécula pode ser de 6 a 432 vezes maior do que o composto original, sem nitrogênio.
Os HPANs com dois grupos de nitrogênio podem ser de 272 a 467 vezes mais mutagênicos.
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