26/09/2019

Como os olhos podem ser janelas para o risco de Alzheimer

Redação do Diário da Saúde
Como os olhos podem ser janelas para o risco de Alzheimer
O núcleo cerúleo no cérebro controla as respostas pupilares - e é lá que se alojam as proteínas tau, indicadoras do Alzheimer.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Detectando Alzheimer nos olhos

Aumentaram as expectativas de um diagnóstico de Alzheimer por um exame dos olhos.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) descobriram que medir a rapidez com que a pupila de uma pessoa se dilata durante testes cognitivos pode ser um método de baixo custo e não invasivo para auxiliar na triagem de indivíduos com maior risco para Alzheimer antes do início do declínio cognitivo que marca a condição.

A doença de Alzheimer começa a alterar e danificar o cérebro anos - até décadas - antes que os sintomas apareçam, tornando a identificação precoce primordial para retardar sua progressão.

O novo estudo se concentrou nas respostas pupilares que são controladas pelo cerúleo, ou locus coeruleus, um aglomerado de neurônios no tronco cerebral envolvidos na regulação da excitação e também na modulação da função cognitiva.

Tau, cerúleo e Alzheimer

A proteína tau é o biomarcador conhecido mais precoce da doença de Alzheimer, e ela aparece inicialmente no cerúleo - a tau está mais fortemente associada à cognição do que a beta-amiloide.

Ocorre que o cerúleo também controla a resposta pupilar - a alteração do diâmetro das pupilas dos olhos - durante tarefas cognitivas. O que a equipe constatou é que as pupilas aumentam mais quanto mais difícil é a tarefa cerebral, o que pode servir como um indicador da doença de Alzheimer.

"Dada a evidência que liga as respostas pupilares, o cerúleo e a tau, e a associação entre a resposta pupilar e os escores de risco poligênico de Alzheimer (uma contabilização agregada de fatores para determinar o risco herdado de Alzheimer de um indivíduo), esses resultados são uma prova de conceito que medir a resposta da pupila durante tarefas cognitivas pode ser outra ferramenta de triagem para detectar a doença de Alzheimer antes que os sintomas apareçam," disse o professor William Kremen, responsável pela pesquisa.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Pupillary dilation responses as a midlife indicator of risk for Alzheimer’s Disease: Association with Alzheimer’s disease polygenic risk
Autores: William S. Kremen, Matthew S. Panizzon, Jeremy A. Elman, Eric L. Granholm, Ole A. Andreassen, Anders M. Dale, Nathan A. Gillespie, Daniel E. Gustavson, Mark W. Logue, Michael J. Lyons, Michael C. Neale, Chandra A. Reynolds, Nathan Whitsel, Carol E. Franz
Publicação: Neurobiology of Aging
DOI: 10.1016/j.neurobiolaging.2019.09.001
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