Explicações astronômicas e físicas
"Existe uma correlação - e uma possível ligação de causa e efeito - entre partículas da matéria escura e o melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele."
Esta afirmação um tanto polêmica acaba de ser publicada na revista científica Biophysical Reviews and Letters pelo Dr. Edward L. Valachovic (Universidade Estadual de Nova York, nos EUA) e pelo professor Konstantin Zioutas (Universidade de Patras, na Grécia), que afirmam que sua "descoberta abre as portas para mais pesquisas nos campos interdisciplinares da física e da medicina".
E o artigo científico promete suscitar ainda mais controvérsias ao estabelecer uma conexão entre o câncer de pele e o período orbital do planeta Mercúrio.
Demonstrações e dados à parte, os cientistas têm tipicamente se portado de forma hostil e até agressiva contra qualquer conclusão que lembre as antigas predições da astrologia. Se isso tem servido de entrave para descobertas verdadeiras é um assunto que os filósofos da ciência discutem vez ou outra, mas o fato é que a ciência acadêmica parece preferir abrir mão de conhecimentos novos autênticos do que abrir a guarda para qualquer possibilidade de reforço de outras fontes de conhecimento - tipicamente menos rigorosas - fora de seus muros.
Assim, não deixa de ser uma demonstração de coragem o fato de que os dois cientistas começaram seu artigo afirmando que "Nós apresentamos assinaturas para correlações planetárias decorrente de uma análise das taxas mensais de melanoma nos EUA no período 1973-2011."
Câncer causado pela matéria escura?
Em termos mais concretos, os dois cientistas propõem que as partículas da hipotética matéria escura, "cujo fluxo pode ser temporariamente reforçado por meio da focalização gravitacional solar", interage com o corpo humano.
Ao analisar as taxas mensais de diagnóstico de melanoma nos EUA no período de 38 anos, a dupla observou um comportamento oscilatório rápido na ocorrência da doença, que deveria ser uma distribuição aleatória caso não houvesse nenhum impacto periódico.
Eles então realizaram análises estatísticas complexas, bem como simulações de computador com dados disponíveis para todo o planeta, e descobriram que o surgimento do melanoma apresenta uma periodicidade curta que coincide de forma impressionante com o período orbital de Mercúrio, de 88 dias.
Com essa correlação estatística inesperada, elas partiram em busca de explicações para esse mistério secular de possíveis interações entre estrelas e planetas e o corpo humano.
A proposta de explicação é também ela controversa, já que os dois cientistas levantaram a hipótese de que a influência de Mercúrio sobre o câncer de pele se dá por meio de "fluxos da invisível matéria escura", que seriam ocasionalmente amplificados em direção à Terra devido aos efeitos de lente gravitacional do Sol e/ou pelos outros planetas, aumentando a taxa de interação das partículas de matéria escura com o corpo humano. Ocorre que a matéria escura é apenas uma proposta teórica, e até hoje nunca foi identificada qualquer partícula de matéria escura.
A conclusão da dupla é que os feixes de matéria escura podem ser a explicação para algo entre 1% e 10% dos diagnósticos de melanoma no mundo todo.
Suposições heréticas
"Este trabalho interdisciplinar fora do convencional é baseado na suposição herética de que nem todos os constituintes da matéria escura interagem de forma tão fraca com a matéria normal. Uma investigação sistemática de prosseguimento poderá nos aproximar da origem do melanoma, desvendando também a natureza do universo escuro em que estamos vivendo," disse o Dr. Konstantin Zioutas, referindo-se por "universo escuro" aos componentes matéria escura e energia escura, ambos apenas hipóteses até o momento.
"A causa subjacente da manifestação do câncer é um mistério. O universo escuro amplamente discutido pode muito bem ser parte de processos biológicos e fisiológicos, como defendido pela análise estatística deste trabalho. Onde os diagnósticos periódicos, que coincidem com os períodos orbitais planetários, de algumas subclasses de melanoma pode nos levar, está aberto a especulações e novas sugestões. Para avançar nesta abordagem de pesquisa em medicina, o modelo de tabelas relevantes deve ser redefinido. A principal conclusão é [que se deve] registrar dados médicos diariamente ou, pelo menos, semanalmente," disse o Dr. Edward Valachovic.
Os dois pesquisadores não estão sozinhos quando defendem esse campo emergente de pesquisas, que um dia já foi terreno exclusivo de adivinhadores. Em 2015, cientistas norte-americanos afirmaram ter confirmado uma conexão entre o mês de nascimento e 55 doenças. No ano seguinte, ficou demonstrado que seu ano de nascimento determina qual vírus da gripe irá lhe afetar, enquanto seu mês de nascimento afeta seu temperamento.
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