02/07/2024

Carne vegetal não deve ser consumida exageradamente, alertam nutricionistas

Com informações do Jornal da USP
Carne vegetal não deve ser consumida exageradamente, alertam nutricionistas
Frutas, vegetais, legumes, cereais e peixe são os ingredientes para uma alimentação de qualidade.
[Imagem: KamranAydinov/Freepik; jcomp/Freepik]

Alimentos à base de plantas

Alimentos à base de plantas podem parecer algo tão antigo quanto os primeiros animais sobre a Terra, mas o conceito tem sido mais recentemente utilizado para se referir aos substitutos vegetais para a carne e outros produtos "à base de animais".

Esses alimentos, também chamados de "carnes vegetais" ou "análogos à carne",buscam equiparar-se às proteínas de origem animal.

"Estamos nos referindo a alguma preparação que se destine a substituir a carne animal, seja em termos de nutrientes, como proteínas, ferro, vitamina B12, ou apenas em termos culinários, com algum preparo que lembre o sabor, a cor ou a textura da carne, mas que não necessariamente tenha um teor nutricional parecido," detalha a nutricionista Natália Utikava, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Como são inúmeras as pesquisas científicas que falam que o consumo de carne vermelha, por exemplo, faz mal à saúde, seria intuitivo pensar que, por ter origem vegetal, essas "carnes vegetais" seriam mais saudáveis.

Porém, a verdade é um pouco mais complexa: "Boa parte desses produtos são considerados ultraprocessados porque são feitos à base de misturas de proteínas vegetais concentradas, como proteína de soja ou de ervilha. Eles também têm adição de gorduras vegetais, além de aditivos como corantes, aromatizantes e glutamato monossódico para melhorar o aspecto e o sabor," destaca Natália.

Alternativa aos ultraprocessados

Os chamados alimentos ultraprocessados não são propriamente alimentos, mas, sim, formulações de substâncias. Essas incluem açúcar, óleos e gorduras de uso doméstico, mas também isolados ou concentrados protéicos, óleos interesterificados, gordura hidrogenada, amidos modificados e várias substâncias de uso exclusivamente industrial, conforme a Classificação Nova.

A nutricionista explica que os alimentos à base de plantas também passam por diversos processos industriais até o produto final.

Como alternativa - para manter uma alimentação saudável, sustentável e diminuir o consumo de proteína animal - Natália ressalta a importância de alimentos in natura: "Não é necessário ocupar o lugar da carne no prato com algum produto análogo industrializado. Só precisamos incluir outras fontes vegetais de proteínas em vários momentos do dia."

O exemplo clássico é o tradicional arroz com feijão, que oferece um bom teor de proteínas, havendo também variações dos mesmos grupos - como milho e ervilha numa salada, aveia sobre frutas picadas no café da manhã, uma mistura de castanhas de lanche da tarde. Todos somam na balança para suprir a necessidade diária de proteínas.

"É claro que as quantidades podem variar de pessoa para pessoa, conforme as necessidades individuais, prática de atividade física e fase da vida," concluiu Natália.

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