Antivírus pessoal
Imagine usar um aparelho que analise continuamente seu suor ou sangue para rastrear diferentes tipos de biomarcadores, como proteínas, que mostram que você pode ter câncer de mama ou câncer de pulmão, e ainda meça sua exposição a bactérias, vírus e poluentes perigosos?
Parece um antivírus de computador trazido para a vida real, monitorando ameaças o tempo todo, mas alguns pesquisadores na área de saúde acham que essa "neura com doenças" pode valer a pena.
"Isso é realmente importante no contexto da medicina personalizada ou monitoramento personalizado da saúde. Nossa tecnologia permite verdadeiros laboratórios dentro de chips. Estamos falando de plataformas do tamanho de um pendrive ou algo que pode ser integrado a um Apple Watch ou um Fitbit, por exemplo," defende o professor Mehdi Javanmard, da Universidade Rutgers (EUA).
A tecnologia, que envolve atribuir eletronicamente uma espécie de código de barras a micropartículas, dando-lhes uma identificação, poderá ser usada para avaliar continuamente não apenas a saúde corporal da pessoa, mas também o ambiente no qual ela se encontra, disse Javanmard.
Viver com medo de doenças
As pesquisas sobre biomarcadores - indicadores de saúde e de doenças, como proteínas ou moléculas de DNA associadas a cada enfermidade - têm revelado a natureza complexa dos mecanismos moleculares por trás das doenças humanas, mas também têm feito proliferar os testes e exames, sobretudo aqueles que tentam superar as deficiências de cada biomarcador individualmente rastreando múltiplos biomarcadores simultaneamente.
"Um biomarcador é muitas vezes insuficiente para identificar uma doença específica devido à natureza heterogênea de vários tipos de doenças, como doenças cardíacas, câncer e doenças inflamatórias," reconhece Javanmard. "Para obter um diagnóstico preciso e um gerenciamento preciso de várias condições de saúde, você precisa ser capaz de analisar múltiplos biomarcadores ao mesmo tempo".
O chip que ele e sua equipe construíram já atinge uma precisão de 95% na identificação dos biomarcadores que está procurando, mas eles afirmam que estão trabalhando para chegar aos 100%. A equipe também está trabalhando na detecção portátil de microrganismos, incluindo bactérias e vírus causadores de doenças.
"Imagine uma pequena ferramenta que poderia analisar uma amostra de cotonete do que está na maçaneta de um banheiro ou na porta da frente e detectar gripe ou uma grande variedade de outras partículas de vírus," disse ele. "Imagine encomendar uma salada em um restaurante e testá-la para bactérias E. coli ou Salmonella".
É, imagine... Será que pessoas com esse nível de preocupação já não estariam doentes o suficiente para precisarem se preocupar com vírus e bactérias?
Talvez, mas a equipe afirma que sua tecnologia poderá estar disponível comercialmente em cerca de dois anos.
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