O cabo de guerra entre a mídia tradicional, sobretudo as revistas e jornais impressos, e as novas mídias virtuais, tem sido intensamente debatido.
Geralmente essas discussões enfocam a possibilidade de que os leitores deem sua própria opinião sobre os temas tratados como a grande vantagem das mídias sociais.
Afinal, qualquer um pode clicar em "Comentar" e botar a boca no trombone, ou mesmo criar seu blog e começar a opinar de forma mais consistente.
Mas talvez essas análises não estejam acertando o alvo, segundo um estudo feito por Marco Toledo Bastos e seus colegas da Universidade Duke (EUA).
Fora de pauta
Para Bastos, não se trata tanto de discordar sobre as opiniões emitidas pelos grandes jornais - a questão é que os internautas não concordam com os assuntos que os grandes jornais cobrem.
Essa "diferença de pauta" foi atestada em uma análise de dois grandes jornais - The New York Times e The Guardian.
O pesquisador avaliou o conteúdo de 19 seções dos jornais (notícias do mundo, esporte, opinião e assim por diante) e, em seguida, analisou como esses assuntos foram compartilhados nas mídias sociais, com ou sem conexão com as reportagens dos jornais.
Os resultados mostram diferenças significativas nos temas enfatizados pelos editores dos jornais e aqueles enfatizados pelos usuários em seus compartilhamentos.
Enquanto os leitores favoreceram o compartilhamento de artigos de opinião, notícias nacionais, locais e mundiais, os editores dos jornais enfatizaram mais esportes, economia, entretenimento e celebridades.
"Os resultados mostram que os usuários das mídias sociais expressam uma preferência por um subconjunto de conteúdo e informação que está em desacordo com as decisões dos editores de jornais," observa Bastos.
Não Gostei
Em particular, as seções de esporte dos dois jornais "não conseguiram envolver ativamente o público das mídias sociais", apesar de seu tamanho significativo.
Apenas um quarto das notícias esportivas publicadas pelo New York Times apareceram no Facebook ou no Twitter; do Guardian, metade apareceu no Twitter e um terço no Facebook.
Artigos sobre a economia também têm um destino semelhante, com pouca audiência nas mídias sociais.
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