Você sente cheiro do barulho?
O modo como reagimos aos sons e outros estímulos sensoriais depende de como eles nos são apresentados. Muitas vezes não sabemos como responderemos a algo até que o experimentemos. E a sensação às vezes é bem diferente do que esperávamos. Então, o cérebro tem que se ajustar rapidamente.
Pense, por exemplo, em ouvir uma explosão em um filme e em ouvir uma explosão na vida real: Você pode até se assustar inicialmente, mas não reagirá da mesma forma, já que sabe que a explosão do filme não lhe causará nenhum dano.
Assim, tudo tem a ver com o contexto.
"Na natureza, os animais se deparam com diferentes regras de engajamento. Às vezes, os mesmos estímulos significam coisas diferentes dependendo do contexto. Portanto, não é tão incomum que você tenha que agir de acordo com essas regras diferentes e avaliar qual ação você tem que tomar. Quais são as associações que o estímulo tem com certos resultados?" questiona o professor Florin Albeanu, do Laboratório Porto da Primavera Gelada (CSHL), nos EUA.
Foi o pesquisador Diego Hernandez Trejo, pertencente à equipe de Albeanu, quem descobriu um caminho para responder a essa questão.
E foi uma resposta inesperada, que não tem a ver nem com os ouvidos e nem com a visão: Quem está mais intimamente envolvido em nosso modo de reação é o nosso nariz.
Olfato leva audição em consideração
O estudo feito por Diego revelou sinais de atualização rápida nunca antes vistos em um circuito de retroalimentação entre o córtex olfativo do cérebro e o bulbo olfativo.
Esses sinais podem ajudar a colocar odores e sons em novos contextos. O circuito de retroalimentação permite que o cérebro se adapte imediatamente às mudanças e ajude o indivíduo a ajustar suas respostas motoras adequadamente.
Os experimentos com animais mostraram que os sinais que se originam no córtex olfativo transmitem informações sobre o valor do estímulo para o bulbo olfativo - independentemente de esses estímulos serem som ou odor.
Ou seja, o córtex olfativo é a parte do cérebro que processa o cheiro, mas ele parece levar o som em consideração. Este resultado bate com estudos anteriores da mesma equipe, que mostraram como dicas sensoriais se integram umas às outras no cérebro.
Mas os resultados também levantam algumas questões interessantes. Como os sinais de recompensa emergem? Esse ciclo de retroalimentação também integra visão e tato? "Há um universo de possibilidades," disse Albeanu, adiantando que já tem muitas ideias sobre como pesquisar isso no futuro.
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