Suspeito
O Instituto Evandro Chagas anunciou que o mosquito Aedes albopictus também está suscetível ao vírus da febre amarela em ambiente silvestre ou rural.
Mosquitos dessa espécie infectados com febra amarela foram capturados, no ano passado, em áreas rurais próximas aos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais.
Pedro Vasconcelos, diretor do Instituto Evandro Chagas, explicou que, se houver transporte do inseto para áreas urbanas, o mosquito pode vir a servir de vetor de ligação entre os dois ciclos possíveis da doença no Brasil: o ciclo urbano, que não tem sido mais registrado no país desde a década de 40, e o silvestre, que é o responsável pelas transmissões atuais. Ainda não existe confirmação de que isto tenha acontecido até o momento.
"Em princípio, é uma evidência. A gente não pode falar em risco ainda pelo encontro do vírus nesse mosquito Aedes albopictus. Ele é um mosquito que, por sua filogenia, é mais silvestre que urbano ou periurbano. Como ele se adapta bem às áreas florestais, ele pode ter sido infectado por macacos, mas não se sabe ainda qual é a capacidade vetorial dele", afirmou Vasconcelos.
Agora, o instituto deve trabalhar na avaliação dessa capacidade, pois apenas a presença do vírus não significa que o Aedes albopictus tenha adquirido o papel de vetor da febre amarela. Também será estudado, nos próximos dois meses, se mosquitos do gênero continuam apresentando presença do vírus nas cidades mineiras inicialmente investigadas.
Possível transmissor
A possibilidade desse mosquito atuar como transmissor intermediário já era investigada, dado que papel semelhante é exercido por várias espécies de Aedes na África, continente que ainda registra também a febre amarela urbana.
"O encontro do vírus no mosquito, por si só, não autoriza a ninguém a afirmar que ele seja um transmissor da febre amarela, porque vários mosquitos são encontrados na floresta infectados, mas somente o [Aedes] haemagogus e sabethes é que são os transmissores da febre amarela silvestre," de acordo com pesquisas já confirmadas, disse Vasconcelos.
O número de casos de febre amarela na estação 2017/2018 ainda é menor do que no ano passado. Entre 1° de julho de 2017 e 15 de fevereiro de 2018, foram 407 casos confirmados no Brasil. No mesmo período do ano passado, foram 532 ocorrências. Quanto aos óbitos, até agora foram 118, contra 166 no mesmo período de 2017.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Vírus | Epidemias | Infecções | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.