Veias artificiais e coágulos
As doenças cardiovasculares muitas vezes tornam necessário o implante de vasos sanguíneos artificiais, a fim de restaurar o fluxo sanguíneo.
No entanto, após tal procedimento, frequentemente ocorrem coágulos sanguíneos, e o problema original se repete ou pode mesmo se agravar, com a ocorrência de trombose.
Para evitar isso, novos implantes contêm fármacos anticoagulantes que são liberados continuamente para o sangue. Mas essa não é a solução ideal, uma vez que a quantidade de medicamento que pode ser carregado no implante é limitada, retornando o risco de coágulos.
Plasminogênio
Agora, pesquisadores da Universidade ITMO (Rússia) desenvolveram um novo revestimento para vasos sanguíneos artificiais que pode resolver o problema.
O revestimento possui uma estrutura porosa que protege o medicamento, mas permite a entrada de plasminogênio, uma proenzima que ocorre naturalmente no plasma sanguíneo.
Quando o plasminogênio entra em contato com o fármaco no interior do revestimento, que é quimicamente um ativador da enzima, produz-se a enzima plasmina, que é capaz de dissolver coágulos.
Como o ativador do plasminogênio não é consumido durante o processo, o efeito é "praticamente ilimitado," dizem os pesquisadores.
Veias e uréteres
"Muito em breve o coágulo começou a dissolver-se e escapar através do enxerto. Na realidade, o nosso revestimento destruiu os coágulos na fase de formação, garantindo sempre um fluxo de sangue não obstruído no enxerto," disse Yulia Chapurina, criadora da técnica.
"Nossa abordagem é uma demonstração de conceito, podendo ser aplicada não só aos vasos sanguíneos artificiais, mas a qualquer tipo de implante. Você só precisa ter o tipo certo de droga," acrescentou Vladimir Vinogradov, líder da equipe de pesquisa. "Por exemplo, após a implantação de um uréter artificial."
Os resultados da técnica inovadora foram divulgados no Journal of Medicinal Chemistry.
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