Vitronectina
Cientistas podem ter finalmente desvendado os segredos moleculares da degeneração macular, uma doença que causa quase 90% de todas as perdas de visão relacionadas à idade.
Eles descreveram a estrutura flexível de uma proteína do sangue que é um elemento chave na degeneração macular e em outras doenças relacionadas à idade, incluindo Alzheimer e aterosclerose.
"As proteínas no sangue estão sob pressão constante e variável devido às diferentes maneiras pelas quais o sangue flui por todo o corpo. Por exemplo, o sangue flui mais lentamente através dos pequenos vasos sanguíneos nos olhos, em comparação com as artérias maiores ao redor do coração," explicou a Dra Francesca Marassi, do instituto independente de pesquisa biomédica Sanford Burnham Prebys (EUA). "As proteínas do sangue precisam ser capazes de responder a essas mudanças, e este estudo nos dá verdades fundamentais sobre como elas se adaptam ao ambiente, o que é fundamental para direcionar essas proteínas para futuros tratamentos."
Existem centenas de proteínas em nosso sangue, mas os pesquisadores estão estudando a vitronectina, que é uma das mais abundantes. Além de circular em altas concentrações no sangue, a vitronectina é encontrada no andaime entre as células e também é um importante componente do colesterol.
A vitronectina é uma peça-chave em muitas doenças relacionadas à idade, mas a equipe está focando suas atenções na degeneração macular, que afeta centenas de milhões de pessoas.
"Essa proteína é um alvo importante para a degeneração macular porque se acumula no fundo do olho, causando perda de visão. Depósitos semelhantes aparecem no cérebro na doença de Alzheimer e nas artérias na aterosclerose," explicou Marassi. "Queremos entender por que isso acontece e aproveitar esse conhecimento para desenvolver novos tratamentos."
Placas calcificadas
Por meio de análises bioquímicas detalhadas, os pesquisadores descobriram que a proteína pode mudar sutilmente sua forma quando a pressão do olho aumenta.
Essas mudanças fazem com que ela se ligue mais facilmente aos íons de cálcio no sangue, o que parece levar ao acúmulo de depósitos de placas calcificadas característicos da degeneração macular e outras doenças relacionadas à idade.
"É um rearranjo muito sutil da estrutura molecular, mas tem um grande impacto sobre como a proteína funciona. Quanto mais aprendemos sobre a proteína em um nível estrutural e mecanicista, mais chances temos de atingi-la com sucesso com tratamentos.
"Vai levar algum tempo para converter isso em um tratamento clínico, mas esperamos ter um anticorpo funcional como um tratamento potencial dentro de alguns anos. E, como essa proteína é tão abundante no sangue, pode haver outras aplicações interessantes para esse novo conhecimento que ainda nem nos demos conta," concluiu Marassi.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Olhos e Visão | Rejuvenescimento | Desenvolvimento de Medicamentos | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.