22/08/2017

Transplante sob a pele pode ser melhor abordagem para tratar diabetes

Redação do Diário da Saúde
Transplante sob a pele pode ser melhor abordagem para tratar diabetes tipo 1
Imagem de microscopia 3-D mostrando ilhotas pancreáticas transplantadas sob a pele com uma rede de vasos sanguíneos de suporte (verde).
[Imagem: Sefton Lab]

Implante subcutâneo

O "espaço" sob a nossa pele pode ser um ótimo local para tratar o diabetes tipo 1.

Uma equipe da Universidade de Toronto (Canadá) está sugerindo transplantar células pancreáticas saudáveis sob a pele, para que elas produzam a insulina que irá regular a glicemia dos pacientes diabéticos.

Em pessoas com diabetes tipo 1, as células beta, fabricantes de insulina, localizadas em regiões do pâncreas conhecidas como ilhotas pancreáticas, não funcionam adequadamente. Implantar novas células saudáveis pode restaurar a função de produção da insulina, mas é difícil colocá-las no lugar certo.

"A localização acessível da pele torna o transplante de ilhotas muito mais gerenciável, especialmente se o paciente responder negativamente às células doadoras. O espaço sob a pele possui uma área grande, de forma que ela pode acomodar muitas ilhotas, o que é necessário para essa abordagem," explica o professor Alexander Vlahos.

Na verdade, o implante sob a pele irá requerer bem menos células doadoras do que o método atual de implantação porque cerca de 60% das células transplantadas para o fígado são perdidas nas primeiras 48 horas. Isso exige de dois a três doadores para cada receptor.

Rede de vasos sanguíneos

Nos primeiros testes com a nova abordagem, os níveis normais de açúcar no sangue foram restaurados no prazo de 21 dias após o transplante, desde que os médicos também criassem os vasos sanguíneos para alimentar as novas células. Quando as ilhotas transplantadas foram removidas, os níveis de glicose retornaram aos níveis diabéticos.

O professor Vlahos reconhece que esses resultados promissores marcam apenas o início do desenvolvimento da técnica, uma vez que as ilhotas pancreáticas, que compreendem aproximadamente 1% do pâncreas, requerem de 15 a 20 por cento do fluxo sanguíneo para o órgão.

"A próxima fase da nossa pesquisa envolverá primeiro a construção da rede de vasos sanguíneos e, em seguida, a injeção de menos ilhotas no tecido já vascularizado. Um ambiente bem vascularizado permitirá que mais células sobrevivam e funcionem dentro do hospedeiro, reduzindo a necessidade de múltiplos doadores por paciente," acrescentou o Dr Michael Sefton, coautor do experimento.

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