13/05/2016

Teste de papel detecta vírus zika

Redação do Diário da Saúde
Teste de papel detecta vírus zika
O exame tem potencial para ser muito barato e ser utilizado em qualquer lugar.
[Imagem: Universidade de Toronto/Instituto Wyss/Universidade de Harvard]

Exame de papel para zika

Um teste de papel, similar aos testes de gravidez, consegue diagnosticar a infecção pelo vírus zika em algumas horas.

Além de ser potencialmente muito barato, o teste, que diferencia o vírus zika do muito similar vírus da dengue, pode ser armazenado a temperatura ambiente, o que o torna muito prático para uso generalizado.

O novo dispositivo é baseado na tecnologia que uma equipe internacional, liderada pelo professor James Collins, do MIT (EUA), desenvolveu para detectar o vírus ebola.

Cor do zika

Em 2014, a equipe demonstrou que é possível criar redes de genes sintéticos e incorporá-los em pequenos discos de papel. Estas redes de genes podem ser programadas para detectar uma sequência genética particular, que faz com que o papel mude de cor.

Agora eles desenvolveram sensores específicos, igualmente incorporados nos discos de papel, que conseguem detectar 24 sequências de RNA diferentes encontrados no genoma viral do zika - como muitos outros vírus, o zika é composto por RNA em vez de DNA. Quando a sequência de RNA alvo está presente, ela inicia uma série de interações que fazem a cor do papel mudar de amarelo para púrpura.

A mudança de cor do papel pode ser vista a olho nu, mas a equipe também desenvolveu um leitor eletrônico que torna mais fácil quantificar a mudança, especialmente nos casos em que o sensor está detectando mais do que uma sequência de RNA.

Liofilização

Todos os componentes celulares necessários para o processo - incluindo as proteínas, os ácidos nucleicos e os ribossomas - podem ser extraídos de células vivas e liofilizados no papel.

Os discos de papel podem então ser armazenados a temperatura ambiente, tornando-se fácil enviá-los para qualquer local. Uma vez reidratados, todos os componentes funcionam como funcionariam dentro de uma célula viva.

"Nós temos um sistema que pode ser amplamente distribuído e usado no campo com baixo custo e poucos recursos," disse o professor James Collins.

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