Fototerapia contra artrite
Um estudo inicial feito com 31 pacientes do Hospital das Clínicas da USP mostrou que a terapia por fotobiomodulação, com dosagem individualizada de energia e em uma faixa de luz específica, tem eficácia no tratamento da dor da osteoartrite de joelho, doença de caráter inflamatório e degenerativo que provoca a destruição da cartilagem, gerando dores, inchaços e deformidades na articulação.
Os feixes de luz na frequência do infravermelho (comprimento de onda de 850 nanômetros) atingem camadas mais profundas dos tecidos e estimulam uma variedade de processos bioquímicos nas células, promovendo efeitos anti-inflamatórios de diminuição da dor e reparo tecidual no local da aplicação.
A dosagem individualizada da potência de energia transmitida pelo feixe de luz foi calculada correlacionando o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente, o tom da pele e a energia necessária para atingir o tecido-alvo, no caso, o joelho. "Quanto maior a espessura das camadas da pele (epiderme, derme, hipoderme) e dos músculos, menor será a quantidade de energia absorvida no tratamento. O mesmo acontece com o indivíduo com tom de pele mais escuro. Ele absorve mais energia, porém esta energia fica 'contida' na pele e não é absorvida pelo tecido-alvo," contou Marucia.
Os pacientes tratados com fotobiomodulação, quando comparados com os do grupo placebo, sentiram melhora já a partir da quarta sessão, relatando em torno de 45 a 50% menos dor do que sentiam no início do tratamento. O nível de dor foi se mantendo baixo, entre 2 e 4 da escala EVA, até cinco semanas após o término do tratamento. Depois desse período, a dor voltou aos poucos.
Para evitar o retorno do quadro doloroso, a pesquisadora sugere uma dose de reforço ou aplicações mais espaçadas, a cada uma ou duas semanas, de forma manter baixo o nível de dor e proporcionar melhora da qualidade de vida.
Fototerapia
A fotobiomodulação consiste em um recurso de uma área emergente mais ampla, conhecida como fototerapia, uma terapia com luzes artificiais que podem estimular ou inibir a atividade celular, normalmente usando aparelhos de laser ou LED, que disparam feixes de luz em um tecido-alvo para obter respostas terapêuticas.
O efeito terapêutico no tratamento por fotobiomodulação é obtido porque as células absorvem as partículas de luz, ou fótons, emitidas em determinados comprimentos de ondas e intensidade de energia.
Internamente, ocorre um processo fotoquímico em que as mitocôndrias - estruturas celulares - são estimuladas a produzir mais energia. Isso aumenta o metabolismo celular, resultando em produção de substâncias analgésicas, redução da inflamação, regeneração de tecidos, cicatrização de feridas e diminuição da fadiga muscular, dentre outros efeitos.
Essa técnica tem apresentado eficácia terapêutica em humanos e animais, com excelentes resultados em várias especialidades médicas e sem qualquer tipo de efeito colateral.
"No entanto, existem lacunas que impedem a adoção em larga escala de tais procedimentos, como o cálculo preciso dos comprimentos de ondas e da quantidade de energia emitida pelos feixes de luz," contou a pesquisadora Marucia Chacur.
Esse foi justamente o objetivo desta pesquisa, que identificou o comprimento de onda específica de luz (850 nm) que proporciona os melhores resultados contra a artrite do joelho.
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