Teia genética
A seda produzida pelas aranhas para construir suas teias pode dar uma ajuda para um novo tipo de tratamento que ainda não cumpriu suas muitas promessas.
A terapia genética precisa de um "meio de transporte" para que as moléculas que ligam ou desligam os genes possam chegar às células.
David Kaplan e seus colegas agora anunciaram resultados promissores no uso da seda das aranhas para fazer esse papel de carregador.
Carregador inofensivo
O uso de genes benéficos para prevenir ou tratar doenças exige um "vetor" eficiente e seguro, uma vez que esse material será injetado no corpo humano.
Esses vetores, ou carregadores, são, para a terapia genética, os equivalentes aos comprimidos e pílulas, tendo o papel de transportar os genes terapêuticos até as células.
O problema é que, até agora, têm sido usados vírus "desativados" para essa tarefa, o que levanta sérias preocupações sobre a segurança das terapias gênicas.
Tanto que, apesar dos mais de 1.500 estudos clínicos com pacientes, realizados desde 1989, nenhum até hoje foi aprovado pelas autoridades de saúde.
Já a seda das aranhas é feita inteiramente de proteínas, o que a torna biocompatível e degradável no interior do corpo humano. E o material já foi usado em inúmeras pesquisas na área de saúde, sem apresentar qualquer risco.
Mais testes
Kaplan e seus colegas testaram o uso da seda para o transporte de genes em laboratório, com resultados promissores.
A seda é alterada geneticamente para incluir as moléculas responsáveis pelo silenciamento ou pela ativação dos genes que se pretende alterar.
O estudo foi publicado na revista Bioconjugate Chemistry, da Sociedade Americana de Química.
O próximo passo é realizar os testes in vivo.
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