Eletricidade no cérebro
Cientistas conseguiram inibir ou reduzir os efeitos dos ataques de enxaqueca utilizando uma técnica derivada da estimulação cerebral profunda.
A nova técnica, chamada estimulação transcraniana por corrente contínua, envolve a aplicação de uma fraca corrente elétrica através de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo.
A corrente contínua é o tipo de energia fornecida pelas pilhas e baterias, que é diferente da corrente alternada, disponível nas tomadas.
Rede da dor
"Nós desenvolvemos essa tecnologia e essa metodologia a fim de levar as correntes até bem fundo no cérebro," explica o Dr. Marom Bikson, da Universidade de Michigan (EUA).
O objetivo é atingir a chamada "rede da dor", uma coleção de regiões interconectadas do cérebro, envolvidas na percepção e na regulação da dor.
Os experimentos mostraram que a aplicação da corrente elétrica reverte as alterações que marcam o surgimento das debilitantes crises da enxaqueca crônica.
Sessões repetidas da nova técnica reduziram a duração dos ataques e diminuíram a intensidade das enxaquecas que ainda ocorreram.
Os resultados foram se acumulando durante as primeiras quatro semanas de aplicação, e então se mantiveram.
Não se trata de uma cura, mas de uma melhoria significativa, que alcançou até 37%.
Estimulação elétrica do cérebro
Várias outras equipes trabalham com a estimulação elétrica do cérebro para prevenir as enxaquecas, mas essas técnicas ainda têm efeitos colaterais, como convulsões.
Por isso os médicos apostaram em uma estimulação usando tensões mais fracas de corrente contínua, o que também requer um equipamento menor, facilitando a adoção futura do tratamento, depois que ele for aprovado em testes clínicos de larga escala.
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