Triptase
Pesquisadores descobriram que a triptase, uma enzima das células humanas que age como uma tesoura para cortar proteínas, é responsável pelo vazamento dos vasos sanguíneos na febre hemorrágica grave da dengue.
Essa descoberta sugere uma possível estratégia para lidar com essa condição potencialmente fatal e ainda intratável.
A estratégia sugerida pelos pesquisadores, que ainda precisará ser testada em humanos, consiste em usar um inibidor da triptase, o mesilato de nafamostato, nos casos mais graves da dengue.
Enquanto a maioria dos pacientes experimenta uma forma mais leve da dengue, uma pequena porcentagem desenvolve a febre hemorrágica, a ocorrência mais grave, em que os vasos sanguíneos se rompem, provocando hemorragias. Isso pode levar à síndrome do choque da dengue - o estágio final da dengue hemorrágica - em que o sistema circulatório falha, levando o corpo ao sangramento e choque, que é fatal sem tratamento imediato.
Não se sabe exatamente como alguns pacientes com dengue desenvolvem essas condições graves e, por decorrência, não há nenhum tratamento direcionado para evitar as hemorragias ou reverter os choques.
Tratamento para dengue hemorrágica
"Nós descobrimos que, em casos graves, uma enzima específica, chamada triptase, corta as proteínas que atuam como selos entre as células dos vasos sanguíneos, resultando em vazamento dos vasos sanguíneos e choque durante a infecção pela dengue," disse a professora Ashley St. John, da Universidade Duke (EUA).
Com base nessa descoberta, a equipe se propôs a verificar se um medicamento específico para inibir a triptase poderia ser usado para tratar a hemorragia. O mesilato de nafamostato, um inibidor da triptase clinicamente aprovado e com um bom perfil de segurança, foi testado usando modelos pré-clínicos. A administração desse medicamento, que já é usado para o tratamento de certas complicações hemorrágicas em alguns países, impediu o vazamento vascular no modelo da dengue.
Mesmo o tratamento retardado com a droga foi significativamente eficaz na redução do vazamento vascular da dengue em um modelo pré-clínico do estágio mais grave da doença.
Os autores afirmam que o próximo passo será realizar ensaios clínicos para testar se os inibidores da triptase podem reverter a hemorragia da dengue e evitar o choque em humanos.
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